Pausa no Campeonato do Mundo, oportunidade para um breve regresso à Liga. Estão de volta ao trabalho nesta quinta-feira Benfica e FC Porto. Para o Sporting o reencontro aconteceu na terça-feira, mas é a partir de hoje que começa o trabalho. Estoril, V. Guimarães e Arouca também se apresentam nesta data, até segunda-feira todas as 18 equipas estarão a trabalhar.

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Mudou muito desde 11 de maio, quando acabou a época 2013/14. A começar pelos bancos. Das 18 equipas que vão disputar a Liga (primeira novidade deste ano, depois do alargamento para incluir o Boavista), 11 têm novos treinadores. Dos quatro primeiros, apenas o Benfica não mudou.

O FC Porto vai estrear um treinador no campeonato, o espanhol Julen Lopetegui. De resto, o defeso viveu uma verdadeira dança de cadeiras, com uma série de trocas de técnicos dentro da própria Liga: Marco Silva para o Sporting, substituído por José Couceiro no Estoril, por sua vez deixando o lugar no V. Setúbal vago para Domingos Paciência.

Novo treinador também em Braga, com a chegada de Sérgio Conceição, que abriu caminho a Paulo Sérgio na Académica. Pedro Martins foi para o Rio Ave, no Marítimo está agora Leonel Pontes, outro estreante no campeonato, além dos três técnicos promovidos: no Moreirense Miguel Leal, ex-treinador do Penafiel, onde está agora Ricardo Chéu, e ainda Petit. Ainda um regresso, o de Paulo Fonseca a Paços Ferreira, depois da época falhada no FC Porto.

Além de Jorge Jesus, mantêm-se nos clubes onde terminaram a época Manuel Machado (Nacional), Rui Vitória (V. Guimarães), Pedro Emanuel (Arouca), João de Deus (Gil Vicente) e Lito Vidigal (Belenenses). Petit também continua, agora noutra divisão.

Quanto aos plantéis, também já mexeu muita coisa. Mas, com o Campeonato do Mundo a decorrer e o mercado aberto até final de agosto, ninguém tem a ilusão de que não irá mexer bem mais. 

Um olhar pelos três grandes, os principais motores do campeonato e todos com desafios bem diferentes pela frente esta época, alimenta a ideia.

Benfica: continuidade, até que ponto?

No campeão Benfica, que manteve treinador na época em que procurará defender o título e as duas taças nacionais, já houve saídas de peso. A começar por Garay, para o Zenit, bem como Siqueira, que acabou por assinar pelo At. Madrid, além de Rodrigo e André Gomes, já negociados no mercado de Inverno, contratados por um fundo pertencente ao empresário Peter Lim, que se prepara para adquirir o Valência. O destino de ambos não está ainda no entanto confirmado. Não deverá ficar por aqui, adivinha-se. 

Seja como for, perante o cenário atual, os encarnados terão que mudar necessariamente na defesa. Reforçaram-se para já com o lateral-esquerdo Djavan, que representou a Académica na época passada, estando igualmente a caminho da Luz outro jogador para a posição, Loris Benito. Para o centro da defesa está assegurado César, ex-Ponte Preta. Chega ainda outro defesa do Brasil, o lateral-direito Luís Felipe.

O Benfica foi buscar mais dois reforços à Liga: Candeias e Derley, duas das boas referências do campeonato na época passada. Jesus contará também com alguns dos jogadores que regressam de cedências, muitos deles com o futuro em aberto. A lista é longa e inclui Lisandro López (Getafe), Mitrovic (Valladolid), Ola John (Hamburgo), Pizzi (Espanhol), Nelson Oliveira (Rennes), Luis Fariña (Baniyas ) ou Jara (Estudiantes). Os mundialistas Enzo Pérez, Maxi Pereira, Ruben Amorim e André Almeida ainda não vão integrar os trabalhos neste primeiro dia. 

Sporting: novo patamar e novas expectativas 

Quanto ao Sporting, segundo classificado, a abordagem é necessariamente diferente, por força da chegada de um novo treinador. Depois de três épocas notáveis no Estoril, Marco Silva mudou de patamar, com a responsabilidade de dar sequência a uma época acima das expectativas da equipa sob o comando de Leonardo Jardim, que se seguiu à pior temporada da história do clube.

Mas a frente das saídas para já está tranquila, apenas deixaram Alvalade Gerson Magrão, Welder e Piris, que terminaram contrato. O primeiro objetivo de Marco Silva será manter as coisas mais ou menos assim neste campo, mas as vozes de mercado, em relação sobretudo a William, mas também Rui Patrício, não se calam.

Quanto a entradas, a lista já vai longa. Ryan Gauld, médio ofensivo escocês de 18 anos, é a mais recente aquisição. Junta-se aos médios Slavchev, promessa búlgara, e Oriol Rosell, espanhol que jogava no Kansas City, ao avançado Junya Tanaka, japonês que chega do Kashiwa Reysol. Cá dentro, reforçou-se com o central Paulo Oliveira, ex-V. Guimarães, e com o lateral-direito André Geraldes, que jogou a última metade da época no Belenenses, cedido pelo Istambul BB. Os leões promoveram ainda o regresso de João Mário, que estava cedido ao V. Setúbal, e têm igualmente vários jogadores que estavam cedidos de regresso, como João Mário, Betinho, Rinaudo, Diogo Salomão ou Miguel Lopes. Por causa do Mundial, Rojo, Slimani, Patrício e William chegarão mais tarde. 

FC Porto: mudar para dar a volta  

No FC Porto o tempo é de mudança. Os dragões apostaram numa escolha fora da caixa para o banco, o espanhol Julen Lopetegui, campeão da europa com as seleções sub-19 e sub-21 de Espanha, mas praticamente sem experiência de treino de clubes. É sobre Lopetegui que pesa a responsabilidade de dar a volta a uma época para esquecer e deixou a equipa no terceiro lugar do campeonato, sem a presença na Liga dos Campeões garantida. Os dragões vão ter de jogar o play-off, que começa a decidir-se a 19/20 agosto.

Para já saiu Fernando, que assinou pelo Manchester City, e deixaram também o clube em definitivo Iturbe e Castro. Fucile, que acabou contrato, é a outra saída garantida. Quanto a mais transferências, há muitos nomes na mesa, só ultrapassados pelas hipóteses de nomes para reforçarem os dragões. A ideia instalada, de qualquer modo, é que ainda está muito em aberto.

O médio Oliver Torres, promessa que chega por empréstimo do At. Madrid, é para já o reforço mais sonante dos dragões. O lateral ganês Daniel Opare também é reforço, além do central Lichnovsky, que se apresentou na equipa B. O FC Porto foi de resto buscar três reforços à Liga: Ricardo, ex-Académica, para a baliza, além do extremo Sami, ex-Marítimo, e do médio Evandro, ex-Estoril. Quanto a regressos, vários casos em aberto, a começar por Izmaylov. Pela frente Lopetegui enfrenta também um processo de escolhas e gestão, num plantel que tem, por exemplo, muitas opções para o meio-campo.

O FC Porto foi o clube português com mais representantes no Mundial, pelo que este arranque será muito condicionado por várias ausências: Jackson, Quintero, Mangala, Defour, Herrera, Reyes, Ghilas e Varela.

O Rio Ave, finalista vencido da Taça de Portugal, será a primeira equipa da Liga a competir oficialmente. A 31 de julho começa a jogar a terceira pré-eliminatória da Liga Europa. Segue-se no calendário a Supertaça, a 10 de agosto, também com os vilacondenses, frente ao Benfica.. Uma semana depois começa a Liga, cujo sorteio está marcado para o próximo domingo, 6 de julho. Logo a seguir os jogos de play-off para FC Porto, Nacional e eventualmente Rio Ave. Na frente europeia, Benfica, Sporting e Estoril apenas entram em campo em meados de setembro.

Principais datas do arranque da época para as equipas da Liga:

31 julho 3ª pré-eliminatória da Liga Europa, para Rio Ave (2ª mão a 7 agosto)
10 agosto Supertaça, Benfica-Rio Ave
17 agosto 1ª jornada Liga
19/20 agosto Play-off da Liga dos Campeões, para FC Porto (2ª mão a 26/27 agosto)
21 agosto Play-off da Liga Europa, para Nacional (2ª mão a 28 agosto)
16/17 setembro Primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, para Benfica e Sporting
18 setembro Primeira jornada da fase de grupos da Liga Europa, para Estoril