O Sporting qualificou-se para a final do Torneio da Cidade do Cabo ao bater o Ajax da mesma cidade no desempate por grandes penalidades (4-2), depois de um empate 2-2 no tempo regulamentar. Uma primeira parte em que já se notou o cunho de Jorge Jesus, com uma equipa de tração à frente, mas ainda com dificuldades nas transições defensivas. Uma lacuna que se acentuou na segunda parte, com a entrada dos novos centrais. Na decisão das grandes penalidades, valeu ao leões um Rui Patrício inspirado a encaminhar a equipa para a final.

Confira a FICHA DO JOGO
 
A nova versão do Sporting 2015/16 entrou em campo distribuído num 4x4x2, com João Mário ao lado de Adrien no meio-campo e André Martins mais adiantado, com liberdade de movimentos no apoio direto a Slimani. Um primeiro onze mais rotinado, com nove jogadores portugueses, sete provenientes da formação de Alcochete. Com um ritmo ainda lento, típico da pré-época, os leões até entraram bem no jogo, com mais posse de bola e a explorar bem os corredores, com Gelson Martins e Carlos Mané a procurarem zonas interiores e deixando espaço para João Pereira e, sobretudo, Jefferson, subirem pelas alas.
 
Foi assim que surgiu o primeiro golo, aos 19 minutos, com Mané a combinar com André Martins que, por sua vez, abriu na ala para a subida de Jeferson que cruzou para Mané encostar. Simples e eficaz. Os leões tinham mais posse de bola e jogavam com as linhas bem adiantadas, com uma defesa em linha ainda nitidamente em fase de afinações. Os passes longos do Ajax para as costas da defesa foram colocando muitos problemas a Paulo Oliveira e Tobias Figueiredo. Uma falha, duas falhas, três falhas, com Rui Patrício, em boa forma, a evitar o golo do empate até ao intervalo. Uma primeira parte em que Jefferson, Gelson Martins e Adrien deram boas indicações e um Slimani um pouco perdulário na frente, a desperdiçar oportunidades para os leões chegarem ao intervalo com uma vantagem mais confortável para as experiências que aí vinham.

Mais dificuldades nas transições defensivas
 
Jorge Jesus fez seis alterações de uma assentada no início do segundo tempo e mais três nos minutos que se seguiram, ficando apenas Rui Patrício e Adrien em relação ao onze inicial. Muitas alterações que colocaram em maior evidência o problema nas transições defensivas. O Ajax não conseguia criar problemas vindo de trás, mas quando colocava a bola na frente, a defesa do Sporting mostrava muitas dificuldades. O empate chegou numa grande penalidade discutível, com Naldo a fazer um corte em carrinho, acabando por tocar na bola, de forma involuntária, com o braço. Lolo empatou e o Sporting demorou uma eternidade a reagir, numa altura em que praticava um futebol bem mais incaracterístico, sem conseguir profundidade no ataque.
 
Um mau passe de Carrillo permitiu mais uma transição rápida do Ajax, Ciani encolheu-se e Cale fez o 2-2. Faltavam pouco mais de dez minutos para o final e o Sporting estava em risco de falhar a final deste torneio. Foi a altura de Téo Gutiérrez mostrar-se, quebrando a apatia com uma bomba que valeu a Jaakkola a defesa da noite. O Sporting jogava com dois colombianos no ataque e o recém-chegado apresentou-se de forma vistosa. Mas o empate acabou por chegar num lance de bola parada, na sequência de um pontapé de canto marcado por Iuri Medeiros, que Rúben Semedo, que tinha rendido Adrien, transformou em golo. Alívio. A decisão ficava adiada para a lotaria das grandes penalidades.
 
Rui Patrício, que já tinha estado em destaque com boas decisões na primeira parte, voltou a ser figura, com três defesas que encaminharam os leões para a final de domingo.
 
Um primeiro teste aberto que já permitiu notar-se o cunho de Jorge Jesus, mas ainda com muito trabalho pela frente, principalmente nas transições defensivas.