Quando os arábes do grupo Abu Dhabi chegaram ao Manchester City, em 2008, implantaram uma estratégia de marketing que tornou o clube num fenómeno à escala mundial.

Em Manchester, apenas o rival United lutava por títulos e, por isso, os
citizens eram encarados numa dimensão local. No entanto, a compra do City por parte do magnata Khaldoon Al Mubarak revolucionou o futebol britânico.

Para além do investimento na equipa, o crescimento assentou também numa estratégia de marketing. Em conjunto, essas ideias resultaram em dois títulos de campeão inglês, o último dos quais este ano.

Pedro Díonisio é professor da Pós-Graduação Marketing e Gestão do Desporto no INDEG-ISCTE e no mês passado viajou a Manchester para observar o funcionamento do clube. Ao Maisfutebol, explicou como o Manchester City se está a transformar num clube de sucesso não só dentro de campo.

«O crescimento é sentido a nível digital», afirmou o catedrático, que sublinhou que «a subida das receitas em dois anos foi de 161%». Para além de todo o bom trabalho nas redes sociais, e que é reconhecido pela maioria do público, os valores de crescimento são bem diferentes em relação aos rivais: «O Manchester United obteve apenas 55%, enquanto o Chelsea valorizou 56%.» 

As imagens do túnel do estádio são já um clássico do ManCity: permitiu aos adeptos ver coisas que, normalmente, não se viam



A viagem até Manchester, que aconteceu pelo terceiro ano consecutivo, permitiu visionar o que o clube está a fazer para evoluir. Antes de ser um clube de futebol, o City foi uma associação de beneficência. Agora que é um emblema com fama mundial continua a não descurar o apoio social.

Pedro Díonisio relata: «Ao chegarmos lá, avistámos logo uma angariação para um Hospital Pediátrico.» O Abu Dhabi United Group não alterou a mística dos citizens, uma das diferenças para o rival da cidade. «Por exemplo, ao contrário do que aconteceu no Manchester United, não houve manifestações contra os novos donos», lembrou Pedro Dionísio.

O City tem preparado para o futuro a criação de 18 novos campos relvados, assim como a expansão de clubes para Nova Iorque e Austrália, de modo a continuar a sua «globalização»: para já, vai usando os vários canais para chegar ao coração dos adeptos, como por exemplo, transmitir toda a festa do título no youtube.