Hermínio Loureiro, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, fez nesta quarta-feira um balanço do primeiro ano de mandato no cargo, mas dedicou grande parte do seu discurso ao futebol. Entre uma série de intenções e novidades apresentadas, o dirigente garantiu que tudo irá fazer para seja introduzido o «chip» na bola, o controlo electrónico nas linhas de baliza e outras tecnologias.
«O projecto de profissionalização da arbitragem visa o propósito da excelência, mas não tornará os árbitros infalíveis», começou por referir Hermínio Loureiro, acrescentando: «Irei até onde for necessário para que a introdução do chip na bola, o controlo electrónico das linhas de baliza e outras inovações portadoras de uma maior garantia de defesa da verdade desportiva sejam introduzidas neste desporto».
O presidente do organismo revelou ter pedido audiências formais à Federação Portuguesa de Futebol, à Associação das Ligas Europeias e à UEFA para avançar neste processo. «Sei que estou no caminho certo, e sei que estou acompanhado. Se for preciso adoptar medidas que outras modalidades já adoptaram, porque não?», afirmou.
«Futebol teve mais peso nas exportações que vinho do Porto ou cortiça»
Hermínio Loureiro abordou vários temas ao longo de um discurso que se prolongou por cerca de três quartos-de-hora. Sempre em defesa do futebol enquanto espectáculo e mobilizador de massas, o dirigente pediu mais reconhecimento por partes do Estado.
«Não é possível aceitar que o futebol esteja sempre fora de qualquer incentivo. O futebol deve concorrer em pé de igualdade com outras indústrias a diversos concursos. Estado deixou de comparticipar deslocações de clubes e árbitros às regiões autónomas. Até compreendo, mas essa verba poderia ser por exemplo utilizada para modernizar recintos», referiu.
O presidente da Liga não quer, ainda, «permitir que o Quadro de Referência Estratégia Nacional 2007-2013 passe ao lado do futebol». «O futebol teve um peso mais significativo nas exportações que o vinho do Porto ou mesmo a cortiça», argumentou.
«Queremos reenquadrar horários de jogos e transmissões televisivas»
Tocando um ponto sensível, Hermínio Loureiro manifestou ainda a intenção de criar um grupo de trabalho para estudar a reorganização dos horários dos jogos e transmissão televisivas: «Queremos reenquadrar horários de jogos e transmissões televisivas. É um desafio colectivo. Em Portugal, as alterações são quase constantes. A Liga vai propor criação de um grupo de trabalho, com Liga, clubes e estações televisivas, para estudar isso.»
«Queremos ainda atrair parcerias com uma ou mais empresas de carácter tecnológico para facilitar aquisição de bilhetes e instituir figura do provedor dos adeptos. Recebemos várias queixas aqui na Liga, que devemos saber analisar. Os clubes baixaram preço máximo dos bilhetes em 14 por cento, esta época. É um sinal, mas não chega», rematou.