O italiano Marco Pantani e o alemão Jan Ullrich recorreram à substância proibida eritropoietina (EPO) durante o Tour de France de 1998, de acordo com relatório de uma comissão parlamentar francesa divulgado esta quarta-feira.

A eritropoetina ou EPO é uma hormona glicoprotéica produzido nos seres humanos e nos animais pelos rins e fígado, mas também muito utilizada, como dopping, para o aumento do desempenho dos atletas porque aumenta o nível de glóbulos vermelhos no sangue, melhorando assim a troca de oxigênio e elevando a resistência ao exercício físico.

A comissão de inquérito do senado francês anunciou também que o norte-americano Bobby Julich, terceiro classificado do Tour 1998, ganho por Pantini, não acusou consumo de EPO, ao contrário do que tinha sido noticiado na manhã desta quarta-feira pelo jornal Le Monde.

O senado fez questão de frisar que os nomes agora divulgados correspondem aos atletas que tinham valores anormais de EPO, já que é muito difícil provar se estes valores correspondem a transferências sanguíneas, ou a uma doença do atleta.

Em 1998, o Tour ficou marcado pelo caso da equipa Festina, cujo massagista, Willy Voet, foi detido antes do início da prova com um carregamento de substâncias proibidas.

Os resultados agora anunciados pela comissão foram baseados em novos testes feitos em 2004, pelo laboratório de referência Châtenay-Malabry, que recorreu a um novo método de deteção de EPO.

Além de Pantani e Ullrich, mais três ciclistas franceses também terão usado EPO, segundo este realtório: Laurent Jalabert, Jacky Durand, que venceu o prémio de combatividade, e Laurent Desbins, vencedor de duas etapas em 1998.

O relatório da comissão de inquérito deveria ter sido conhecido a 18 de julho, dia em que a 100.ª edição do Tour passou pelo mítico Alpe dHuez, mas o anúncio foi adiado, por pressão do sindicato dos ciclistas.