«O dr. Laurentino Dias esqueceu-se de referir que o sindicato tem falado regularmente com grupos parlamentares sobre esta matéria. É bom não esquecer as promessas que fez aos jogadores. Aliás, tanto ele como o seu antecessor (n.d.r. Hermínio Loureiro)», adiantou o líder sindical. Importava saber, então, que compromissos foram esses.
«Havia a promessa de manter os jogadores neste regime de excepção. A Lei de bases prevê especificidade na área da segurança social e fiscalidade», vincou Joaquim Evangelista. Confrontado com as anteriores palavras de Laurentino Dias, claramente em oposição às tais promessas, Evangelista não hesitou e deixou mais críticas. «Então é porque há descoordenação governativa. Não se pode aprovar uma lei há 15 dias para consagrar o regime de excepção e agora dizer-se o oposto.»
A desmistificação da palavra «greve»
Greve. Uma palavra que tem sido insistentemente repetida pelo presidente do SJPF. Agora, a explicação para a possível opção por uma medida tão radical. «Fiz um desafio para que os jogadores se mobilizassem em causas próprias. Os atletas têm de assumir protagonismo, têm de ser factor de mudança neste quadro de bloqueio de mentalidades», disparou Evangelista, que tentou, ainda assim, desmistificar a questão.
«É um instrumento que assiste ao sindicato. Não tenho receio de falar nela. Infelizmente, os jogadores já não falam, têm de conter-se para não falar de salários em atraso, mas o presidente do sindicato tem independência para falar de forma aberta e responsável.»
A terminar, Joaquim Evangelista também se pronunciou sobre a profissionalização na arbitragem. «É o caminho a seguir, mas não podemos dar um passo maior do que a perna. A Liga, muito bem, suscita debate e reflexão. Assim se encontram soluções. É muito positivo discutir estas questões», concluiu.
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