Um dos principais impulsionadores da profissionalização na arbitragem, o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP, Hermínio Loureiro, anunciou no decorrer do seminário que decorre na Alfãndega do Porto a intenção de «criar a primeira escola nacional de árbitros de futebol».
«Decidi solicitar à Comissão de Arbitragem que me apresente, num prazo de seis meses, o formato e modelo daquela que desejo venha a ser a primeira escola nacional de árbitros de futebol», adiantou, pretendendo também abraçar «a especialização em arbitragem nas universidades portuguesas no âmbito da formação superior de desporto».
Duas demandas ambiciosas, mas que Hermínio Loureiro entende serem «essenciais» no futuro desta classe. «Vejo a especialização em arbitragem também como uma forma de formação superior em colmatar as lacunas existentes no mercado, ao invés de formar constantemente profissionais que não encontrem colocação no mercado de trabalho», esclareceu o sucessor de Valentim Loureiro na LPFP.
Profissionalismo em nome da «credibilização», diz Hermínio Loureiro
Outro dos objectivos está definido. «Criar mais condições teóricas, mais condições técnicas, mais condições de treino, mais condições clínicas, mais condições financeiras e mais condições logísticas aos árbitros.» Para atingir tal desiderato, o dirigente acredita que a profissionalização é «imperiosa».
«Uma arbitragem com um enquadramento diferente e profissional contribuirá, de forma decisiva, para a credibilização do futebol em Portugal. Defendo que a Liga, ou quem quer que faça a gestão deste sector, possa celebrar contratos de trabalho com árbitros de futebol», referiu, voltando a socorrer-se do modelo inglês para sustentar a sua opinião.
«É um modelo com enorme qualidade, mas não é por isso que recorrerei a ele numa transposição directa para o mercado português. Não existem modelos perfeitos, mas há modelos melhores do que outros», explicou, sempre em tom animado.
Pelo menos a curto prazo, não haverá espaço para «a discussão de qualquer financiamento público para este enorme projecto». «Para mim, a profissionalização do sector deve permitir declarar claramente os direitos e deveres dos árbitros. É isso que hoje falta em Portugal, não tenho a menor dúvida.»