7 de junho de 2013. Uma data histórica para toda a população brasileira e que jamais será esquecida.

O Brasil explodiu. A indignação da maioria dos brasileiros se refletiu no protesto que levou 250 mil pessoas às ruas das maiores cidades. Muitas são as causas deste enorme protesto que é conhecido como a Revolta do Vinagre ou Revolta da Salada, e até mesmo o «Outono Brasileiro», uma referência à Primavera Árabe.

Um país repleto de jovens, informados e que aceitavam passivamente todos os desajustes políticos no Brasil. Era assim que os governantes viam esta parte da população. Na verdade, era um país em completa ebulição e que poderia explodir a qualquer momento, mas muitos acharam que nunca iria acontecer e até ironizavam dizendo «Jovem brasileiro só protesta no Facebook». E estavam completamente errados.



Os protestos conhecidos por todo o mundo se concentram hoje na Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Alagoas, Pernambuco, Espirito Santo, Ceará e São Paulo. Em breve, outros estados devem aderir aos protestos e o mesmo pode não se limitar as capitais. Diversas cidades já estão organizando também suas manifestações para o próximo sábado.

O protesto, criado nas redes sociais, tem como motivo principal a indignação da população por conta do aumento das passagens em diversas cidades, que chegou até, em média, 1 real. Mas, como um país que há diversos problemas sociais e económicos, a indignação cresceu e os motivos são os mais diversos, como os gastos excessivos de dinheiro público na Copa das Confederações e, obviamente, Copa do Mundo, além da corrupção, e da falta de investimento em escolas, hospitais, estradas, segurança pública e saneamento. Outra causa é o excesso da violência no país.

Coincidência ou não, o estopim dos protestos foi justamente no período do início da Copa das Confederações no Brasil. Passeatas organizadas em dias de jogos, no entorno dos estádios, são hoje comuns e geralmente reprimidos com muita truculência por parte dos policiais, o que provocou uma enorme revolta da população.

Alguns jornalistas que estão cobrindo a Copa e até mesmo torcedores que vão ao estádio para ver algum jogo já foram alvo de policiais com seus sprays de pimenta. Em Brasília, no estádio Mané Garrincha, palco do jogo de abertura entre Brasil e Japão, houve uma correria na entrada justamente por brigas entre os manifestantes juntamente com a polícia, provocando medo em algumas pessoas.

No entorno do Maracanã no dia do jogo entre Itália e México, em meio a uma manifestação pacífica, policiais agiram com violência e o palco foi de guerra naquele que deveria ser um clima de paz e festivo.

No jogo entre Taiti e Nigéria, no Mineirão, a manifestação que levou cerca de 20 mil pessoas também não foi nada pacífica, com direito até a balas de borracha.

Ainda no campo desportivo, diversos manifestantes levaram faixas dizendo "+ Arte - Copa", "Brasil 3 x 0 Japão, e daí? O Japão ganha em saúde, transporte e educação" e "Time do povo". Sobrou até para o presidente da FIFA, Joseph Blatter, que pediu «fair play» no jogo de abertura da Copa das Confederações. Uma faixa dizia: «Queremos fair play também fora do Maracanã».

Outra faixa que se podia ler dizia: «Queremos escolas e hospitais com padrão FIFA»

É errado dizer que o Brasil está mais perigoso após esta onda de protestos. O país continua como está. Não é uma revolta de uma causa, é uma revolta que demonstra que há muita coisa errada. Não é algo direcionado a um único governante, mas sim, direcionado a todos. Sim, o Brasil acordou e como diz aquele que é um dos maiores slogans desta revolta, dois trechos do hino nacional brasileiro, mudamos o status do país de «deitado eternamente em berço esplêndido» para «verás que um filho teu não foge à luta».