Filho de pai cigano e de mãe africana, Ricardo Quaresma sempre mostrou orgulho nas suas raízes e assenta os pilares da sua existência na família. Acredita que é fruto de «uma bela mistura» e, embora seja muito reservado em relação à sua vida privada, não se cansa de agradecer o que é hoje a duas pessoas, o irmão Alfredo, mais velho três anos e que o levou para o futebol, e a mãe Fernanda, cujos nomes tem gravados na pele. Toda a família é o seu grande apoio, é a ideia que deixa em conversa com o Maisfutebol.

Há quem diga que é antipático, mas tudo não passa de uma defesa perante o desconhecido. Fora de campo é «reservado» e até «envergonhado». Entre amigos, Quaresma é apenas Ricardo, um rapaz «muito divertido» e «simpático», que será sempre «uma pessoa rebelde», gostando de marcar a diferença, dentro e fora de campo.
«Achei que ia ficar mais uma época no Porto»
«Um dia hei-de estar na gala da FIFA»
Figo, ídolo e companheiro
Milão «tem sido fantástico»
Os brincos, os anéis, os penteados, a música (espanhola, cigana, kizomba e hip hop) e as tatuagens são imagens de marca. No corpo gravou o que tem de mais importante. Cada desenho e traço encerra um significado, que faz questão de perpetuar na pele. Por isso, garante, não vai ficar por aqui. Por sorte, quem sabe, acabou por não ir parar ao Real Madrid, um dos clubes que também terá mostrado interesse em contratá-lo. Agora no clube espanhol é preciso autorização para tatuar o corpo.
Para alguém que é vaidoso e gosta de moda, viver em Milão deve ser o paraíso, não?
«Gosto muito de roupa. Estou numa das capitais da moda, mas fui para Milão para jogar à bola. Não fui para ver roupas nem para ver desfiles. Mas quando tenho oportunidade vou às grandes lojas da cidade para poder comprar a roupa que gosto.»
É conhecido o seu gosto pelas tatuagens. No Real Madrid, por exemplo, é preciso pedir autorização aos médicos. Pensa fazer mais?
«Estou a pensar fazer mais algumas. Em relação a isso do Real Madrid não vou comentar. Não estou lá, não tenho de pedir nada. No Inter não me falaram nisso, por isso vou continuar a fazer.»
Já passou a dezena. Qual é o limite?
«Vou fazer até me apetecer. Toda a gente sabe que tenho tatuadas no corpo as pessoas que mais amo na vida. Quando me apetecer escrever mais alguma coisa em relação a elas, vou fazê-lo.»
Que valores mais preza na vida?
«O respeito e o amor que os meus pais e os meus irmãos me têm dado são das coisas que mais aprecio na vida.»
Quais são os objectos que nunca larga?
«Os brincos e os relógios. Já cheguei a sair de casa meter a mão nas orelhas e não sentir os brincos, tive de voltar a entrar a correr para ir buscá-los. Já me esqueci do relógio em casa e voltei atrás. Cheguei tarde ao treino só para pôr o relógio. São coisas que não consigo deixar em casa.»
Os brincos Q7 e o R7 são para dar sorte?
«Ultimamente têm dado. Espero que continuem a dar.»