Ricardo Quaresma está pronto para se estrear no Inter e diz que está preparado para assumir as responsabilidades, mas encara o novo ciclo às ordens de José Mourinho como uma oportunidade, e não com o peso de ter representado um investimento pesado para o clube italiano.
«Todos os dias temos responsabilidades a enfrentar. Prefiro pensar que o Inter me escolheu e me deu esta oportunidade, não quanto teve de pagar para isso», afirmou Quaresma em entrevista ao jornal «Gazzeta dello Sport», quando questionado sobre o «alto preço» do seu passe. Foram 24,6 milhões de euros no total, incluindo o passe de Pelé, avaliado em seis milhões.
Quaresma fala ainda de «orgulho» por Mourinho ter insistido na sua contratação. «Não é um peso, mas um orgulho. Em Portugal, mas não só, ele é visto como o melhor treinador do Mundo. Além disso, espero que não me tenha escolhido só porque lhe marquei um golo¿», brinca, recordando o golo ao Chelsea em 2007.
A entrevista remonta de resto às origens de Ricardo Quaresma. «Aos 7 anos jogava com os amigos na rua, na estrada. Era uma zona pouco recomendável: droga, delinquência, violência. Viu-me um observador do Domingos Sávio, um clube de Lisboa pequeno e pobre. Jogo aí menos de um ano, depois o Sporting foi buscar-me. O resto, mais ou menos, já se sabe», conta Quaresma.
Depois, o extremo português fala da suam imagem de marca, a trivela. «Tinha os pés tortos e metia-os para dentro, e dava-me jeito bater assim na bola, sempre com a parte de fora e sempre com o pé direito, porque o pé esquerdo para mim pode ficar em casa», recorda, contando depois alguns episódios: «O treinador não queria e um dia disse-me: «Se chutas outra vez assim, sais.» Na jogada seguinte fui para o balneário, tristíssimo.»