Um longo dia de Taça de Portugal, com as emoções a percorrerem o país, desde os ouvintes e leitores em Chaves até àqueles que foram até ao estádio, no Bonfim, para um jogo que é sempre grande na prova. Vai haver um novo detentor do troféu e atenção: todos os que nesta quarta-feira se qualificaram já jogaram pelo menos uma final, enquanto Benfica e Sporting confirmam uma tendência que se vê desde 1999.

Há cinco anos que os quartos de final da prova não viviam uma situação com tantas equipas da II Liga. Mérito de todos, claro, mas um bocadinho mais do Sp. Covilhã, que eliminou o Sp. Braga e, ao fim e ao cabo, foi o «responsável» pela saída de José Peseiro do comando técnico dos minhotos.

Na última vez que os serranos tinham vencido os bracarenses andavam as duas equipas na Zona Norte da 2ª Divisão.

Festa serrana na Pedreira

Era 1973, já agora. Muito antes disso, o Sp. Covilhã esteve no Jamor. Na 10ª disputa no Estádio Nacional, foi apenas batido pelo Benfica, que já era de Águas e Coluna.

Outra equipa do escalão principal caiu no Mar: o Tondela, batido pelo Leixões. Se o currículo determinasse tudo, era uma coisa lógica, pois os de Matosinhos têm um passado bem rico na Taça de Portugal.

Em 2001/02, o Leixões chegou ao Jamor e perdeu com o Sporting

Venceram uma, inclusive.

Quando?

Em 1960/61.

Onde?

No Estádio das Antas.

Contra quem?

O FC Porto…

Ainda assim, Sp. Covilhã e Leixões juntos não têm o mesmo currículo que a Académica. O trio da II Liga que entra nos quartos de final fica completo com os estudantes, que, diga-se, não são uma equipa qualquer na Taça de Portugal.

Porquê? Porque são, presume-se que orgulhosamente, os primeiros vencedores do troféu. No campo das Salésias, em 1938/39 bateram o Benfica por 4-3 e ergueram a taça.

A Académica tem também uma das mais faladas finais de sempre, embora a tivesse perdido, em 1969. Um ano em que o Jamor, símbolo do Estado Novo, recebeu as capas negras conimbricenses, numa final que o Benfica venceu, mas em que a contestação estudantil também se eternizou.

Mais recente é a conquista do troféu em 2011/12, precisamente o último ano em que três formações do segundo escalão apareceram nos quartos de final: Desp. Aves, Moreirense e Oliveirense.

Benfica e Sporting para a sequência se manter

Quando ainda falta jogar o V. Guimarães-Vilafranquense, os quartos de final da prova têm, então, sete equipas que já foram finalistas e quatro que ganharam a Taça de Portugal.

São, para já, 71 finais de taças em conjunto, com praticamente metade a serem do Benfica (35), seguido do Sporting (27).

A força dos dois emblemas de Lisboa em relação aos restantes tem causas conhecidas e, só por isso, seria já provável que um deles chegue ao Jamor. Mais ainda quando a Taça de Portugal nos diz que desde 1999 que não há pelo menos um grande nos quartos de final.

Aquele ano coincide com a última vez que uma final não teve Benfica, FC Porto ou Sporting. E já agora, os dois ditos grandes que restam não se encontram no Jamor há mais tempo do que isso. 1996.

O sorteio é terça-feira, mas nesta quinta a bola ainda rola na prova rainha.