Carlos Queiroz considera que continua a ter «todas as condições» para se manter no cargo de seleccionador nacional e atribui a suspensão de seis meses de que é alvo, por alegadas perturbações a um controlo antidoping na Covilhã a «uma justiça governamental que decide em causa própria». Em entrevista à SIC, o seleccionador nacional, actualmente com funções suspensas, reafirma que ainda não foi notificado pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) das razões por detrás da sua suspensão e nega ter dito que o vice-presidente da FPF, Amândio de Carvalho, é a «cabeça do polvo» por detrás da sua situação disciplinar.

Historiando o incidente da Covilhã que esteve na origem de toda a situação, Queiroz admitiu lamentar «o tom talvez deselegante» com que expressou a «frustração e impotência na defesa dos jogadores» mas garante que nada ter feito para perturbar a realização do controlo antidoping.

Afirmando-se alvo de uma «justiça de decreto e de sentença popular» quando se encontrava de férias, o seleccionador diz que quando regressou a Portugal.lhe caiu «um terramoto em cima: «A justiça desportiva permitiu-me ser ouvido e o Conselho de Disciplina da FPF pronunciou-se, ilibando-me. Mas há uma justiça governamental, que ninguém sabe como funciona, e agora, em causa própria, me condena a seis meses, outra vez sem me ouvir», historiou, acusando o ADoP de atropelar uma decisão do CD, e de pôr em causa a dignidade daquele órgão.

Sobre a actualidade da Selecção, Carlos Queiroz garante que os abandonos de Simão e Paulo Ferreira foram tratados directamente com o próprio seleccionador: «os termos da carta de renúncia foram tratados comigo», revelou.

Sobre a convocatória assinada por Agostinho Oliveira, Queiroz não assumiu nem negou a sua autoria, garantindo que vai «estar de alma e coração ao lado da equipa, tão perto quanto possível». Confiante no apoio institucional da FPF, Queiroz negou que divergências quanto a uma indemnização estejam por detrás do arrastar do processo, impedindo a sua saída: «Há valores para além do dinheiro, como a honra, a dignidade e o prestígio. Se fosse questão de dinheiro, talvez já tivesse havido acordos de bastidores. Tenho todas as condições para responder às responsabilidades que me foram entregues, e espero que as pessoas que levaram o futebol português a cair nesta situação sejam responsabilizadas», concluiu.