O Manchester United observa todos os bons jogadores, diz Carlos Queiroz. A afirmação é feita a propósito de Miguel Veloso. O número 2 da equipa técnica do clube inglês e responsável pela prospecção mostra-se de resto agastado com as notícias de contactos dos «reds» pelo jogador. Mas elogia a qualidade do jovem médio do Sporting, em conversa com o Maisfutebol.
«Se eu dissesse que o Manchester United não observa os bons jogadores estaria a dizer mal de mim próprio, do meu trabalho», afirma Queiroz. «Procuramos identificar os melhores jogadores, se o negasse estava a ser tolo», confirma.
Quanto a Miguel Veloso, Queiroz faz uma apreciação geral: «Acho que é um bom jogador. O seleccionador nacional tem a mesma opinião.» E Miguel Veloso está preparado para sair e jogar num clube de topo como o Manchester United? «Se um jogador que já representa a Selecção AA de Portugal não tem qualidade para jogar em qualquer clube, então uma das duas coisas está mal, o jogador ou a selecção», responde Queiroz.
O representante de Veloso, Paulo Barbosa, disse que já houve uma «troca de impressões» entre o Sporting e o Manchester United. Mas Queiroz defende que as informações de que os «reds» já manifestaram interesse no jogador «não têm fundamento». «Se fosse empresário do jogador também fazia a mesma coisa. Falaria do Manchester United e de mais alguns clubes», afirma.
O tema é ponto de partida para uma conversa sobre a política de aquisições do Manchester United. Queiroz evita apontar um número de jogadores que estão identificados pelo Manchester United em Portugal, por exemplo, mas explica como funciona: «O número de jogadores de cada país que nos chama a atenção varia. As observações não são feitas só nas categorias seniores, mas nos diferentes escalões.»
O Manchester United investiu no defeso em Nani e Anderson, dois jovens promissores. Queiroz diz que foi uma aposta planeada, um investimento para o futuro. «Estivemos dois ou três anos sem fazer compras significativas nesse escalão. Esta época decidimos investir. Mas isto tem que ser visto numa perspectiva de médio prazo. Agora podemos não voltar a fazer isso durante um ou dois anos.»
Quanto ao futuro imediato, o mercado reabre em Janeiro e, ainda que defenda que o Manchester United não tem «prioridades significativas», Queiroz admite que é sempre uma questão de oportunidades. «Não posso dizer que vamos ou não vamos contratar», afirma, antes de dar um exemplo extremo: «Se o Messi estiver no mercado por meia dúzia de euros iremos tentar contratá-lo... Depende das condições.»