Sem sorrisos, mas plenamente consciente do que quer. A imagem que Costinha tinha enquanto jogador transporta-se para o primeiro discurso enquanto dirigente. É de rosto sempre fechado que o novo director para o futebol do Sporting traça o objectivo: conquistar títulos a curto prazo.
«Daqui para a frente a palavra principal será ganhar. Não é ganhar daqui a três ou quatro anos, é para pensar em ganhar a cada ano que passa», disse o antigo internacional português, em conferência de imprensa. «Queremos fazer do Sporting uma equipa campeã, no imediato mais próximo», acrescentou.
Embora seja conhecido por «ministro», Costinha garante que o seu discurso «não é propaganda política», e promete «vestir o fato de macaco para ajudar o Sporting a ser mais forte». «Vai haver maior rigor. O Sporting vai passar a dar as informações necessárias, e não aquelas que se querem saber. Vamos ter três ou quatro cabeças a pensar em conjunto, mas vamos falar a uma só voz», disse o novo dirigente leonino, prometendo «low profile»: «Não vou andar a falar todos os dias. A minha fala vai ser o meu trabalho.»
Costinha deixou ainda recados internos, defendendo que o Sporting «não é um clube trampolim». «Quem cá estiver, não pode estar a pensar em sair para outros sítios», sustentou.
Em relação à presente temporada, o director para o futebol do Sporting alinhou pelo discurso do presidente José Eduardo Bettencourt. «É impensável não ficar em quarto lugar», disse. Questionado sobre a situação de Carlos Carvalhal, que só tem contrato até ao final da temporada, Costinha foi evasivo: «O futuro do Sporting passa pelo presente, e o presente passa pelo jogo com o F.C. Porto e por Carvalhal. Terá o apoio da direcção e da minha pessoa.»
A contratação do sócio 39.402
José Eduardo Bettencourt referiu-se a Costinha como uma «contratação de muito peso», destacando o facto de o antigo internacional português ser sócio do Sporting (desde 1998, com o número 39.402). «Reúne todos os requisitos que entendo necessários para ajudar o Sporting a ser mais forte e a triunfar», disse o líder dos «leões», que não respondeu a perguntas dos jornalistas.
«Mostrou uma vontade inequívoca de representar este clube, que é o seu. O seu currículo diz que é um campeão», acrescentou Bettencourt.
O próprio Costinha recordou os tempos de adepto leonino, para expressar o desejo de ver mais gente no Estádio José Alvalade: «Ainda me lembro de vir ao estádio com 14 ou 15 anos, e já não haver bilhetes para um jogo com o Gil Vicente.»