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Fonte policial confirma que os adeptos que este domingo provocaram os distúrbios junto à porta 25 do Estádio do Dragão eram apoiantes do Sporting: de acordo com o gabinete de Relações Públicas da PSP os referidos adeptos foram identificados através de tatuagens e outros símbolos do clube.

São suspeitos da prática dos crimes de participação em rixa e introdução em local vedado ao público, como a polícia já revelou em comunicado.

A PSP realiza neste momento as diligências necessárias para recolher todos os dados, mas tudo aponta para que tivessem apenas a motivação de invadir o Estádio do Dragão.

O gabinete de Relações Públicas informa de resto que o grupo invadiu o perímetro de segurança numa altura em que os portões do estádio ainda estavam fechados, foi expulso pela polícia e refugiou-se junto à Porta 25: nessa altura foram encaminhados para o interior do recinto.

O grupo foi então dividido em dois e os adeptos foram retidos na esquadra policial que existe dentro do Estádio do Dragão e na esquadra das Antas. Foram identificados e mantidos nas instalações durante o jogo, sendo libertados mais tarde por não haver capacidade para deter toda a gente.

Neste momento decorrem diligências para apurar todos os factos, sendo que depois disso o caso será encaminhado para o Ministério Público, que poderá levar então os adeptos a tribunal.

Sporting Casuals, já ouviu falar?

Outra fonte policial revelou ao Maisfutebol que os adeptos que provocaram os distúrbios são um dos sub-grupo de apoiantes do Sporting: os Casuals. São de resto elementos referenciados pela Unidade Metropolitana de Informações Desportivas.

O relatório de risco da PSP para o jogo dava conta da possível presença de 70 elementos deste sub-grupo no Dragão, mas acabaram por aparecer bem mais do que isso: viajaram em carros individuais, almoçaram em Braga e juntaram-se na zona da Avenida Fernão Magalhães.

Foram identificados 94 elementos.

Surgiram sem bilhetes para ver o jogo e também não lhes foi apreendida qualquer arma branca ou qualquer artefacto pirotécnico.

A fonte policial indica de resto que este sub-grupo não bateu em ninguém: apenas teve uma atitude ameaçadora.  


Os Casuals são de resto um sub-grupo de adeptos que não utiliza cachecóis, camisolas ou quaisquer adereços do clube, pelo que facilmente passam despercebidos.

A mesma fonte policial indica que já tentaram atuar no dérbi lisboeta, mas o facto de serem conhecidos pelos spotters da capital permite que facilmente sejam controlados: neste caso, aproveitaram o facto dos spotters do Porto não os conhecerem para iniciar o caos que as imagens mostram.

Quem são os Casuals?

Refira-se por fim que os Casuals são um fenómeno que atravessa toda a Europa: começou nos anos 70 em Inglaterra, mas as autoridades locais conseguiram controlar estes sub-grupos, pelo que hoje em dia o fenómeno está sobretudo visível em Espanha e Itália.

A polícia indica de resto que nestes países estes adeptos combinam confrontos e chegam a agredir os jogadores dos próprios clubes quando estão descontentes.

Em Portugal, é reconhecido que Sporting e FC Porto têm no seu seio de adeptos estes sub-grupos. No Sporting a polícia tem identificados três destes sub-grupos: os Sporting Casuals, os 1143 e os Bambinos.

Neste caso, adianta fonte policial, foram sobretudo os Casuals que estiveram nos distúrbios.

Refira-se que estes sub-grupos não são claques (não estão reconhecidos como tal e não têm um setor que lhes esteja reservado em Alvalade). Por norma também nunca viajam com as claques nas deslocações aos jogos fora para passarem despercebidos pelas forças de segurança.

A mesma fonte policial diz que boa parte dos elementos destes sub-grupos têm ligações à extrema direita. Nunca utilizam adereços do clube para passarem despercebidos, vestem roupas de marcas caras (polos Burberry e Fred Perry, sapatilhas Adidas e Lacoste) e costumam atuar com a cara tapada.

De acordo com o que o que a polícia identificou, têm por motivação a violência gratuita: espalhar o caos. São homens e têm idades na casa dos 30 anos.

O Maisfutebol contactou também o Comando Metropolitano da PSP, que não quis adiantar mais nada.

«O Comando Metropolitano da PSP do Porto emitiu comunicado relativo a essa situação e a PSP não irá, para já, emitir mais declarações. Também porque os respetivos processos e algumas averiguações ainda estão a decorrer.»