«Meu pai sempre me falava: filho come banana que evita cãibra rsrs, como adivinharam isso? hahaha 🙊🍌🍌🙊 #somosmaisqueisso #ficaadica»



A reação de Dani Alves à banana lançada para o relvado durante o jogo com o Villarreal despoletou uma forte reação de várias personalidades nas redes sociais. O colega Neymar foi um dos primeiros e, desde logo, lançou a sugestão para uma campanha nas redes sociais com as hashtags #somostodosmacacos e #WeAreAllMonkeys e uma foto a comer uma banana com o filho.



A expressão de protesto colou rapidamente e foram muitos os que aderiram à campanha lançada por Neymar. Desde logo a presidente do Brasil, Dilma Rouseff.


Enorme foi o gesto do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, que aproveitou um encontro com o selecionador italiano Cesare Prandelli para «comer uma banana por Dani Alves».



São inúmeras as reações e surgem de forma absolutamente espontânea, numa resposta tremenda ao racismo que parece continuar bem vivo no desporto, como se viu também neste domingo com o escândalo do proprietário dos Los Angeles Clippers.

Do Brasil vieram os contributos mais gráficos .





Mas não só, dado que até o presidente da FIFA foi célere no repúdio do episódio.

Jogadores de várias proveniências fizeram questão de se colocarem ao lado de Dani Alves.






Os precedentes

Não é a primeira vez que uma banana é lançada para um relvado durante um jogo de futebol. Em junho de 2011, Roberto Carlos teve de enfrentar o mesmo cenário durante um jogo da Liga russa, quando representava o Anzhi e a indignação não foi menor: «Espero que o homem que a lançou não volte a entrar num estádio».
Hoje, o ex-lateral-esquerdo terá sido um dos que melhor entendeu o que sucedeu com Dani Alves e também ele abraçou a causa.

Em Itália registaram-se, nos últimos anos, vários casos semelhantes, o mais recente com Kevin Prince Boateng, em 2013, durante um jogo de preparação com uma equipa da quarta divisão, o Pro Patria. O Milan acabou mesmo por abandonar o relvado devido aos cânticos racistas quando estavam decorridos apenas 25  minutos de jogo.



Em 2005, mas num jogo da série A italiana, Marc Zoro quis sair de campo perante a insistência dos ataques racistas vindos da bancada, como contou recentemente ao Maisfutebol. O gesto correu o mundo, mas não impediu que os episódios se repetissem, sempre com o mesmo tipo de insultos, através de imitação de macacos ou o envio de bananas para o relvado. Samuel Etoo e Mario Balotelli também viveram momentos complicados e nunca se calaram, mas ninguém conseguiu uma reação tão forte como a que está a acontecer com Dani Alves.

A luta contra o racismo tem de continuar, mesmo que tenhamos de continuar a dizer que #somostodosmacacos . O Villarreal fez o mínimo possível: identificar o adepto e expulsá-lo para sempre dos jogos no El Madrigal. E o jogador está orgulhoso com a reação ao seu gesto:

« Meu Brasil Brasileiro, Verde, amarelo, preto, branco e vermelho. Somos um povo alegre com samba no pé, e é com alegria e ousadia que a gente tem que se manifestar. Olha a banana, olha o bananeiro… sou baiano, sou brasileiro… estamos mais fortes do que nunca, o sorriso é a nossa proteção, a musica é a nossa espada… Nos vemos na Copa… Estamos juntos!!  #deusnocomando   #somostodosmacacos #danidobrasil   #amadajuazeiro»