Romelu Lukaku defende que os gestores das redes sociais, bem como o governo e as federações de futebol, deviam reunir-se com os jogadores da Premier League para, todos juntos, encontrarem uma forma de combater os insultos de teor racista que são, cada vez, mais publicados no mundo virtual. Depois de ter promovido o gesto de ajoelhar antes do início dos jogos, como forma de protesto, o avançado do Chelsea considera que é o momento de avançar com «posições mais fortes».

São cada vez mais os jogadores que foram alvos de insultos gratuitos e ameaças nas redes sociais. Só no Chelsea, além de Lukaku, Reece James, Antonio Rudiger e N’Golo Kanté já foram alvos de insultos anónimos. Já o internacional inglês James viu-se obrigado a apagar a sua conta no Instagram face à escalada de insultos que também foi alvo.

«Os capitães de todas as equipas, mais quatro ou cinco jogadores, como as grandes personalidades de cada uma das equipas, devia ter uma reunião com os CEO do Instagram, com o governo, federação e liga. Devíamos sentar-nos todos à volta de uma mesa e falar sobre o assunto», defendeu Lukaku em entrevista à CNN.

Para o possante avançado, o assunto á grave e precisa de uma resposta forte e imediata. «A questão passa pela forma como podemos atacar isso de forma frontal, não só nas ligas masculinas, mas também nas femininas. Acho que nos devíamos juntar todos, fazer uma grande reunião e fazer uma conferência de imprensa sobre o que pode ser feito para proteger os jogadores, mas também para proteger os adeptos e os mais jovens que pretendem tornar-se jogadores profissionais», acrescentou.

Na última semana, Marcos Alonso, companheiro de Lukaku no Chelsea, anunciou que ia deixar de ajoelhar-se antes dos jogos, considerando que o gesto estava a perder força. O lateral esquerdo defende que faz mais sentido os jogadores apontarem para a manga da camisola onde se lê «Não há espaço para o racismo».

Lukaku, um dos defensores mais acérrimos dos protestos contra o racismo, assume que o ajoelhar já não tem a mesma força que tinha inicialmente. «Acho que podemos assumir posições mais fortes. Sim, continuamos a ajoelhar e, no final toda a gente aplaude, mas, depois, no final dos jogos acabamos por ouvir um ou outro insulto», comentou ainda.