A eliminação do suíço Roger Federer, vencedor da última edição do torneio de Wimbledon, diante do número 116 do ranking, o ucraniano Sergiy Stakhovsky, foi a última e mais retumbante surpresa numa quarta-feira louca no torneio britânico, terceiro Grand Slam da temporada. Tanto no quadro masculino como no feminino, a razia entre favoritos e tenistas de créditos firmados foi impressionante, com lógico destaque para a sensação provocada pela portuguesa Michelle Brito diante da terceira cabeça de série, a russa Maria Sharapova.

Num dos últimos encontros de um dia alucinante, Stakhovsky eliminou Federer, terceiro cabeça-de-série do torneio inglês, em quatro sets, com três tie-breaks: 6-7 (5-7 no tie-break), 7-6 (7-5), 7-5 e 7-6 (7-5).

Antes, Radek Stepanek, John Isner, Steve Darcis, Victoria Azarenka, Yaroslava Shvedova, Marin Cilic e Jo-Wilfried Tsonga foram os nomes de tenistas de primeiro plano forçados a desistir do torneio por lesão nesta quarta-feira.

Uma autêntica razia, a elevar para dez o número de baixas forçadas nos primeiros dias de competição e a condicionar o quadro de hierarquias, que agora aparece amplamente aberto para Andy Murray e Novak Djokovic, no quadro masculino e para Serena Williams, no feminino. As grandes surpresas começaram logo no primeiro dia, com a eliminação de Rafael Nadal frente ao belga Steve Darcis, 135º do mundo. Darcis quase não teve tempo para saborear a glória, já que nesta quarta-feira teve de dizer adeus ao torneio com uma lesão no ombro. «A lesão aconteceu a meio do primeiro set, quando caí», explicou Darcis, que acrescentou: «algumas horas depois do encontro comecei a sentir dores intensas no ombro e nessa noite já não consegui dormir», afirmou.

Mas se o caso do belga pode ser entendido como fortuito, a maior parte das baixas voltam a pôr em causa a qualidade do piso nos courts da competição. Azarenka, Isner, Wozniaki e Tsonga sofreram lesões nos joelhos, em consequência de escorregadelas feitas em situação de esforço. O que leva a crer que a relva de Wimbledon está ainda mais escorregadia do que em outros anos, tornando este torneio mais imprevisível e apto para surpresas.

As críticas mais declaradas foram as de Victoria Azarenka, que quando se lesionou, no confronto com a portuguesa Maria João Kohler, afirmou que a relva de Wimbledon «não estava em boas condições»: «a minha adversária também caiu duas vezes, e a minha queda foi má», afirmou, apenas para ser desmentida pela organização, que em comunicado reiterou a qualidade «excelente» dos relvados: «Não houve qualquer alteração ao tratamento dos pisos em relação a anteriores edições e, tanto quanto podemos avaliar, a sua qualidade é excelente».

O All England Lawn Tennis And Croquet Club, responsável pelo torneio, adiantou ainda, em comunicado: «Embora um elevado número de jogadores tenha desistido por lesão, só um atribuiu a sua queda ao piso».