O Real Madrid recebe o Barcelona. Cristiano Ronaldo recebe Leo Messi. Por fora, duas promessas portuguesas travam um duelo de emoções. Pedro Marques cresce no Real C, Luís Gustavo (Gugu) está nos juvenis do clube catalão.

Na véspera do clássico do milénio, pomposa designação veiculada pela imprensa espanhola, o Maisfutebol confrontou dois nomes ainda desconhecidos do grande público. Também eles são Real Madrid e Barcelona, um futuro com olhos postos no presente.

Em igualdade pontual na tabela classificativa, «merengues» e «culés» agendaram um duelo de titãs para o Santiago Bernabéu. Nas manchetes, Real é apenas Ronaldo, Barça vive de Messi. Os dois melhores jogadores do Mundo na arena.

«Eu gosto mais de ver o Messi a jogar, é incomparável, faz coisas incríveis. Marcou quatro golos num jogo da Liga dos Campeões, frente a uma equipa como o Arsenal», atira Luís Gustavo, de 17 anos. Pedro Marques, de 22, responde de pronto: «Eu prefiro o Cristiano Ronaldo. É mais alto, mais forte, joga melhor de cabeça. É mais completo. E não é por ser português. Se fosse francês, dizia a mesma coisa.»

Pedro Marques e Luís Gustavo confirmam as suspeitas. Espanha vai parar para assistir ao Real-Barça. «Aqui, não se fala de outra coisa. É uma possibilidade única para o Real, que pode escapar com mais três pontos e garantir vantagem no confronto directo. É importantíssimo. As duas equipas estão muito fortes», diz o primeiro. «Em Barcelona, há uma grande expectativa, se bem que parece que a notícia é saber quem é melhor, Messi ou Ronaldo. O Messi não pode fazer tudo sozinho», lembra o segundo.

O F.C. Porto e a força de Ronaldo

Lançada a discussão, aqui fica a reapresentação dos artistas em formação. Pedro Marques passou pelos escalões de formação de Sporting, Académica e Naval 1º de Maio, antes de rumar ao Real Madrid, em 2006. Dois anos depois, assinou um contrato profissional com os «merengues», válido até 2011.

O médio português evolui no Real Madrid C e tem crescido com os conselhos de Cristiano Ronaldo. «Ele tem-me ajudado muito. Tive uma lesão no tornozelo na época passada e, no início da época, tive uma recaída, na mesma altura que ele. Ele deu-me força, estava sempre a perguntar-me se estava bem. Tem sido importante», revela.

Pedro Marques reconhece o afastamento da realidade portuguesa, mas não se mostra arrependido com a sua aposta. «Tem sido uma experiência muito boa. Quem já me viu jogar, sabe do meu valor. E espero, num futuro próximo, mostrar aos portugueses em geral o que valho. Tenho mais um ano de contrato e sonho jogar numa primeira liga», conclui.

Luís Gustavo nasceu em Braga. Aos cinco anos, foi para o Brasil com os pais. Aos 13, chegava a Barcelona. Apesar do sotaque canarinho, Gugu continua a sentir-se português, a manifestar o desejo de representar a selecção nacional. Médio, outrora ofensivo, agora transformado em pivôt.

«Aqui no Barcelona é uma posição importante, por onde passa todo o futebol. Sinto-me bem e quero continuar a crescer. Quanto ao Mundial, claro que ficarei um pouco dividido no jogo entre Portugal e Brasil, mas vou torcer pela selecção portuguesa. Quanto a clubes, nunca escondi que torço pelo F.C. Porto. Adoraria jogar lá um dia», remata Gugu.