Quando às 19:45 desta quarta-feira Real Madrid e Bayern Munique pisarem o relvado do Estádio Santiago Bernabéu, a primeira mão desta segunda meia-final da Liga dos Campeões já poderá ser apreciada com todas as certezas, conhecidas cerca de uma hora antes. Então terá ficado desfeita a grande dúvida deste jogo: Cristiano Ronaldo joga ou não?

Em causa está a presença, neste jogo tão importante, do melhor marcador da prova (com 14 golos), da estrela maior do Real Madrid, em suma, do melhor jogador do mundo. A sua presença (ou ausência) terá importância máxima para as duas equipas. O Real vem de um triunfo sobre o Barcelona sem Ronaldo. Mas também se viu o que o Real (não) fez em Dortmund – Carlo Ancelotti afirmou que a espera incluirá um último teste ao jogador português ainda neste dia de jogo



De resto, são só certezas. E são tantas. Entre a história mais recente ou os currículos. O Real Madrid é o clube com mais títulos de campeão europeu: nove. O Bayern Munique é o terceiro: com 5, sendo o campeão em título. Jogam mais uma meia-final. Os espanhóis estão na 25ª (com 12 ganhas); os alemães estão na 16ª (com 10 ganhas).

O passado próximo faz recordar que Real Madrid e Bayern Munique também se encontraram na última época, também nas meias-finais. A vitória alemã nessa eliminatória deixou o Bayern em vantagem (5-4) nos nove confrontos com o Real Madrid da Liga/Taça dos Campeões – sempre onde se defrontaram nas competições europeias. Houve mais dois jogos numa segunda fase de grupos, que foi favorável também aos bávaros.

Cinco daquelas eliminatórias foram, como agora, meias-finais e o Bayern volta a ganhar 4-1. Neste confronto direto entre os dois clubes, os números totais são ganhos pelo germânicos entre vitórias e derrotas. O Bayern ganhou 11 jogos, perdeu sete e houve dois empates. No caso concreto de jogos em Espanha, o Real ganhou sete vezes e perdeu duas, com um empate.



Sabendo já o que é ganhar no Bernabéu, o campeão europeu também não perde há 10 jogos fora de casa na Liga dos Campeões (o empate dos quartos de final com o Manchester United parou uma série de sete vitórias como visitante, onde estão os outros quatro jogos desta temporada).

Nesta época, o Real Madrid já ultrapassou dois adversários alemães nas eliminatórias anteriores (B. Dortmund nos quartos de final e Schalke 04 nos oitavos) e ganhou os cinco jogos realizados em sua casa – mantendo-se imbatível no seu estádio desde a meia-final de 2011... quando perdeu com o Barcelona... de Guardiola.

O treinador do Bayer Munique, inclusivamente, nunca perdeu com o Real Madrid no Bernabéu. Além da vitória na meia-final de 2010/11, Guardiola conseguiu mais um empate quando defrontou o Real em Madrid – num saldo total de nove triunfos, quatro empates e duas derrotas com os «merengues» nos 15 jogos como treinador do Barça.

Carlo Ancelotti também não se pode queixar dos confrontos com o Bayern. Também nunca perdeu nos seis jogos disputados como treinador do Milan: ganhou quatro e empatou dois. Falando dos treinadores, há mais duas certezas neste grande duelo que se se perspetiva: são dois bicampeões europeus, ambos por um clube: Ancelotti pelo Milan e Guardiola pelo Barcelona. E qualquer um deles já ganhou um troféu interno nesta época: o Real, a Taça do Rei de Espanha; o Bayern, Bundesliga.

Certezas táticas dos dois lados

Jesé, Khedira e Arbeloa são os indisponíveis para Ancelotti pela condição física. Illarramendi, Sergio Ramos e Xabi Alonso ficarão de fora da segunda mão se virem um cartão amarelo. Marcelo não está a 100 por cento, mas vai para o banco, adiantou o técnico italiano. E Ronaldo treinou sem limitações... No Bayern, Javi Martínez e Schweinsteiger estão de volta após castigo, mas Guardiola tem Contento, Thiago Alcántara e Shaqiri lesionados. E o treinador espanhol ficará sem Mandzukic se o avançado croata vir um amarelo.

Guardiola gostará que Ronaldo jogue, a bem do futebol, disse. Foi politicamente correto e diplomático no respeito pelo adversário. Mas o próprio sabe da importância do portuguès até pelo Real Madrid que admitiu esperar, de contra-ataque, com jogadores muto rápidos, como jogou com o Barcelona.

Os «merengues» têm sido uma máquina atacante na Liga dos Campeões e já têm 32 golos marcados nesta edição estando a três do recorde da prova a 13 equipas (que já é seu e do Barcelona). E é também precisamente a jogar «à Barcelona» que Ancelotti disse aguardar o Bayern. Por isso, a sua equipa, assumiu o italiano, terá de ser compacta defensivamente para poder mostrar a sua qualidade.

Nas batalhas táticas também não há novidades e há, sim, muitas certezas. Apenas ficou a dúvida. Joga-se com ou sem Ronaldo? Dúvida maior deste embate, ou já só o «bluff» possível de Ancelotti?...