A sua revista digitalPrimeiro, letra e música:
«Shake me into the night and I'm an easy lover
Take me into the fight and I'm an easy brother
And I'm on fire
Burn my sweet effigy, I'm a road runner
Spill my guts on a wheel, I wanna taste uh-huh
And I'm on fire
And I'm on fire
And I'm on fire (I'm going, you tell me, I feel it, I say it)
(I'm heading back into the tunnel for my soul to burn) I'm on fire
(I'm coming, you coming, no hiding, my feeling)
(I wanna take it to the highest over me, yeah)
Whoo-oo-oo-oo-oo-oo
Whoo-oo-oo-oo-oo-oo»
Kasabian, quarteto de Leicester: Tom Meighan (voz), Serge Pizzorno (guitarra), Chris Edwards (baixo) e Ian Matthews (bacteria). Em 2010, a música psicadélica, pincelada por uma percussão furiosa e refrões etéreos, chega à Premier League.
Fire, uma das canções do álbum West Ryder Pauper Lunatic Asylum, torna-se o hino oficial das transmissões televisas do campeonato inglês e coloca os rapazes das East Midlands diariamente em 200 países.
Sucesso planetário e vendas milionárias. Do single, naturalmente, mas também dos discos que se seguiram, cuidadosamente amparados nesta ligação ao mais mediático dos campeonatos de futebol.
Os Kasabian passam a estar em todos os estádios, em todos os produtos oficiais da PL, embora o coração dos quatro músicos não abandone o clube de sempre: o Leicester FC, adversário do FC Porto nesta quarta-feira.
Ao Maisfutebol, o agente da banda, John Coyne, explica esta surpreendente entrada no planeta-futebol, a rápida ascensão ao trono da indie music britânica e a ligação fortíssima entre a banda e o atual campeão inglês.
«Foi tudo tratado entre a editora do grupo [Sony] e a Premier League. O refrão da música é inspirador, convida à superação e encaixava no que era pretendido», esclarece o agente, garantindo que Meighan e Pizzorno, especialmente esses, «não falham um jogo no King Power Stadium».
Serge Pizzorno, neto de um italiano emigrado em Inglaterra, chega a jogar nos escalões secundários do Nottingham Forest. A paixão está, porém, nos Foxes. Os Kasabian são, aliás, convidados de honra nas celebrações do surpreendente título.
O contrato com a Premier League expira em 2013, mas o grito pirómano de Fire resiste e acompanha o Leicester FC na maravilhosa temporada 2015/16. Nem Claudio Ranieri lhe fica indiferente.
«Conheço as pessoas de Leicester. São apaixonadas pelo clube. Por isso digo sempre uma coisa aos meus atletas: ‘quando entrarem em campo e ouvirem a canção dos Kasabian, lembrem-se que os nossos adeptos querem guerreiros dentro de campo’».
Ranieri tem estas declarações em agosto de 2015, após uma vitória sobre o Sunderland: «A música Fire coloca-nos num nível superior de entrega e motivação. Escutá-la antes dos jogos faz-nos muito bem».
Pizzorno, pelas ligações a Itália, é especialmente próximo de Ranieri. «Vi muitos jogos do Leicester nos anos 90 e éramos sempre um grupo de dez amigos. Até à Taça UEFA fomos. Um dos pais dos meus amigos disse uma vez: ‘aproveitem isto, não dura sempre’. E era verdade. De repente estávamos na League One [terceiro escalão]».
Por isso, sem surpresa, Serge Pizzorno é um dos mais emocionados no concerto em Victoria Park, epicentro da festa do Leicester FC pela conquista do título: 100 mil pessoas em frente ao palco dos Kasabian!
No alinhamento passam outros êxitos da banda – Club Foot, L.S.F., Underdog, Eez-eh -, mas é com Fire, sempre com Fire, que a comunhão de almas, gargantas e corações atinge o máximo esplendor.
«É um hit condenado à eternidade, o símbolo da relação entre os Kasabian, o Leicester FC e o mundo do futebol», lança John Coyne.
A canção Put Your Life On It, lançada já em 2016, é o mais recente tributo aos gloriosos feitos do Leicester. A estreia ao vivo tem lugar no sítio certo: o King Power Stadium.
Atarefados com a gravação do sexto álbum, previsto para a primavera de 2017, os Kasabian não acompanham «infelizmente» o Leicester à cidade do Porto.
Para o dj de serviço no Estádio do Dragão fica o aviso do Maisfutebol: não se atreva a tocar Fire esta quarta-feira.
