* Enviado-especial do Maisfutebol aos Jogos Olímpicos
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Nasceu na Eritreia, fugiu aos 12 anos para os Estados Unidos, apaixonou-se pelo atletismo e a Maratona. Em 2004 ganhou a medalha de prata em Atenas, em 2012 foi o primeiro dos últimos - quarto -, em 2016 teve de parar sete vezes para vomitar e ainda escorregou na chegada à meta.

E como reagiu Mebrahtom Keflezighi? Com despero? Não. Sorriu e fez uma série de flexões. O Maisfutebol e o DN assistiram a tudo e no final fizeram questão de conhecer melhor esta personagem. 33º classificado, sim, mas o herói do dia para as bancadas do Sambódromo. 

Meb, 41 anos, sentiu-se mal «por volta dos 20 quilómetros» e acabou a sofrer, apesar da boa disposição. «Vomitei sete vezes. Fiz sprints para chegar a sítios onde podia vomitar, parava e depois mais sprints para recuperar posições».

Ao entrar na reta do Sambódromo, Meb sentiu a pista «molhada e escorregadia». «Abrandei, não arrisquei, mas perto do fim distraí-me com as pessoas que gritavam por mim e caí. O meu instinto levou-me a reagir com uma série de flexões (risos)».

Keflezighi caído na linha de meta (Reuters)

Keflezighi é um nome forte no mundo da Maratona. Ganhou, por exemplo, a prova realizada em Boston, tristemente célebre pelo atentado terrorista.

«Tenho 41 anos e queria despedir-me bem dos Jogos Olímpicos», disse. «Fui segundo em Atenas, quarto em Londres e falhei em 2008 devido a uma lesão. Hoje foi duro, havia muita humidade, curvas e algumas poças, mas as condições eram idênticas para todos».

Meb Keflezighi tem uma fundação em San Diego, onde vive, e vai dedicar-se a ela quando fechar a carreira. Antes, porém, tem duas maratonas para correr.

«Faltam-me duas para chegar às 26. E na nossa medida, uma Maratona tem 26 milhas de distância. É um simbolismo».