* Enviado-especial do Maisfutebol aos Jogos Olímpicos

Siga o autor no Twitter

Quando a direita de Juan Martin del Potro, implacável, tocou na rede e, maliciosa, rodou para o campo de Novak Djokovic, percebeu-se que os deuses do ténis estavam reunidos em concílio para abençoar o argentino.

Nessa instante, já perto da decisão do segundo set, o sérvio olhou o céu, olhos esbugalhados, e pareceu render-se. Nas bancadas, os hinchas argentinos multiplicaram-se pela bravura das gargantas e aclamaram Juan Martin.

«Delpo, Delpo!»

Del Potro chega aos Jogos Olímpicos no número 145 do ranking mundial. Destroçado pelas lesões, constantes nos últimos anos, o argentino afastou-se brutalmente do topo da hierarquia e parecia condenado a arrastar-se nos próximos tempos.

Pelo que mostrou no Court Central do Rio2016, com o Maisfutebol na bancada de imprensa, Juan Martin del Potro está completamente recuperado e a jogar melhor do que nunca.

Não exageramos: o argentino apresentou um nível próximo da perfeição, pontualmente genial, atirando Novak Djokovic ao chão um par de vezes, o que é só por si uma notícia.

«Ele era favorito, mas eu pensava que podia equilibrar o jogo», disse Del Potro aos jornalistas no final. «Depois, bem, entraram duas direitas, vi os argentinos nas bancadas e pensei: ok, vamos lá».

Lágrimas, muitas lágrimas de Del Potro depois de concretizar o match point. «Não aguentei. Tive de rebentar. O Djokovic foi excelente, abraçou-me e disse que eu merecia, depois de tudo o que passei».

Dois parciais de 7/6, ambos decididos no tie-break, com João Sousa na porta de espera.