* Enviado-especial do Maisfutebol aos Jogos Olímpicos
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Do paraíso à frustração. Quatro jogos oficiais em dois dias, demasiadas horas de competição, derrota em pares e singulares nesta segunda-feira.

João Sousa não entende os critérios utilizados na calendarização do torneio de ténis. Com razão. Basta olhar para o caso de Gastão Elias - não joga há dois dias em singulares, tal como Rafa Nadal – para constatar um evidente desfasamento no peso competitivo.

Sousa perdeu contra Juan Martin del Potro, apesar de ter feito um excelente jogo, e à noite contra a dupla do Canadá, Nestor/Pospisil, ao lado de Gastão.

Na despedida, palavras duras. «Nunca tinha jogado quatro jogos em dois dias. Pelo menos a este nível. Talvez me tenha acontecido num Future. Nunca tinha visto isto, estou muito dececionado», disparou o melhor tenista português de sempre, ao Maisfutebol e à Lusa.

«Os jogadores deviam ter mais direitos», reclamou. «Há atletas que não jogam singulares há dois dias, como o Gastão e o Nadal, e eu faço dois pares e dois singulares em 48 horas».

«Não há razão para fazerem isto a um atleta. Isto prejudicou-me bastante, tanto no jogo contra o Del Potro como nos pares», sentenciou, evidentemente desanimado por interromper o sonho olímpico nas segundas rondas das duas variantes.

João, num discurso forte, vai mais longe nas críticas. «Se me pedirem uma nota, de 0 a 10 dou 1. Deviam proteger mais os jogadores, não só os grandes. Vou tentar averiguar o que aconteceu. Isto não faz sentido nenhum».

Como nem tudo é mau, o tenista de Guimarães elogia o ambiente «dentro da equipa olímpica». «Levo daqui muitos amigos. Essa foi a melhor parte».