* Enviado-especial do Maisfutebol aos Jogos Olímpicos
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«Olé, olé, olé, olá, Neymá, Neymá!». Tinha de ser o avançado do Barcelona a decidir a final olímpica. Foi o melhor em campo, marcou o único golo do Brasil nos 120 minutos de jogo e acabou a apontar o penálti decisivo no desempate com a Alemanha.

Neymarazo, pois então. Maracanã em êxtase absoluto, 75 mil pessoas de amarelo e o primeiro ouro para o Brasil no futebol olímpico. Atmosfera extraordinária no estádio, a pensar naturalmente nos ridículos 7-1 sofridos no Mineirão noutro Brasil-Alemanha.

O novo Maracanã não terá a insolência da versão original, mas continua a ser um anfiteatro intimidante. O peso da acústica cai sobre o relvado, esmaga, provoca, alucina. Só um jogador de equilíbrio emocional perfeito consegue escapar a esta perseguição canarinha.

«É cam-pe-ão! É cam-pe-ão!». Neymar encheu o relvado, esteve sempre num patamar acima dos demais, jogou e fez jogar, mas a Alemanha provou ter uma geração prometedora e podia perfeitamente ter levado o ouro.

No primeiro tempo, os germânicos mandaram três bolas à barra da baliza de Weverton: Julian Brandt (tremendo jogador!) duas vezez, Sven Bender uma. Os deuses do futebol – alguém ao nosso lado falou no Sobrenatural de Almeida – não cederam à tentação e protegeram os rapazes da casa amarela.

Brasil campeão olímpico de futebol

Neymar, a noite foi de Neymar. Ao partir para a quinta grande penalidade, imediatamente a seguir ao único homem a falhar (Nils Petersen), o avançado sentiu que não podia falhar com o seu país. E não falhou.

Marcou, ajoelhou-se, mordeu a relva e desapareceu debaixo de um pelotão de repórteres fotográficos. Já no pódio, de fita branca à samurai na cabeça, o avançado levou a mão direita ao coração e chorou com o hino. Ordem e progresso.

Neymarazo e o abençoado ferro no primeiro ouro olímpico do Brasil. Por uma vez, no fim não ganhou a Alemanha.

FICHA DE JOGO:

Estádio do Maracanã, 75 mil espetadores
Árbitro: Alireza Faghani (Irão)

BRASIL: Weverton; Marquinhos, Rodrigo Caio, Marquinhos e Douglas Santos; Luan, Wallace e Renato Augusto; Gabriel Barbosa (Felipe Anderson, 70), Neymar e Gabriel Jesus (Rafael Alcântara, 95).

Suplentes: Uilson (GR), William, Luan Garcia, Rodrigo Dourado e Thiago Maia
Treinador: Rogério Micale

ALEMANHA: Timo Horn; Jeremy Toljan, Matthias Ginter, Niklas Suele e Lukas Klostermann; Sven Bender (Grischa Promel, 68), Max Meyer e Lars Bender; Julian Brandt, Davie Selke (Nils Petersen, 76) e Serge Gnabry.

Suplentes: Jannik Huth (GR), Philipp Max, Robert Bauer, Max Christiansen e Eric Oelschlaegel
Treinador: Horst Hrubesch

Golos: Neymar (26) e Max Meyer (59)