O cientista norte-americano Arthur L. Caplan, especialista em bioética, considera que será uma «irresponsabilidade» realizar os Jogos Olímpicos no Brasil por causa da epidemia de vírus Zika.

«Quem vai ao Rio no meio desta epidemia? Não as mulheres jovens, que podem engravidar e correr o risco de ter um bebé com deficiência. Não um homem com uma vida sexual ativa, que pode correr o risco de transmitir a doença à parceira. Talvez apenas os atletas, técnicos e outros membros das delegações dos países», escreveu o cientista, num artigo publicado na revista «Forbes».

O Comité de emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu que os casos de microcefalia e de desordens neurológicas surgidas no Brasil constituem uma emergência sanitária de alcance internacional, mas não foi ainda comprovada relação entre estas doenças e o vírus.

Arthur L. Caplan critica o Comité Olímpico Internacional por não ter cancelado já o evento. «Os atletas já começaram a comprar repelente, e a pensar em como prevenir as picadas dos mosquitos. Mas o Comité Olímpico Internacional não deveria permitir que eles fossem ao Rio de Janeiro. Também as empresas e os media deviam colocar a segurança à frente dos interesses comerciais».