A figura: Lima

Bom trabalho na ligação entre os restantes setores e a frente de ataque, onde Oscar Cardozo gozou de total liberdade para ocupar a área e Lima andou cá e lá, um pouco por todo o lado, como aliás gosta de fazer. Quando Enzo Pérez quebrou fisicamente, foi a ele que Jorge Jesus recorreu para preencher o meio-campo até à entrada de Bruno César. Ficou a centímetros do golo ao minuto 18 mas viria a marcar perto do intervalo, com oportunismo. Sétimo golo para o brasileiro na Liga 2012/13, um excelente registo.

O momento: a vantagem num raide aéreo

Os ataques à bomba não resultavam e, repetindo a linguagem bélica, a solução chegaria através de um raide aéreo. Aproveitando a falta de centímetros da defesa do Rio Ave (curiosamente, Jardel ganhou de cabeça ao jogador mais alto do adversário, Nivaldo), o Benfica apostou num lançamento lateral para a área. Mãos de Salvio, cabeça de Jardel, pé direito de Lima. Momento decisivo.

Outros destaques:

Cardozo

Os adeptos percebem-no melhor quando o paraguaio bate em tudo que mexe. Na bola, entenda-se. Remata com displicência, umas vezes para as nuvens, outras para a baliza, quando afina a mira como só ele sabe. É um faro de golo pouco habitual, um condimento que faz todo o sentido em qualquer receita ofensiva. A via mais direta para chegar à baliza contrária. Ensaios perigosos, um pouco por todo o jogo, acertando mesmo no poste (23m)

Oblak

Mais uma bela exibição do guarda-redes que pertence aos quadros do Benfica e vai ganhando experiência em Vila do Conde. É, de facto, um dos elementos mais promissores na sua posição, entre os vários nomes que preenchem as balizas da Liga portuguesa. Resposta à altura a remates violentos de Oscar Cardozo e Ola John, na primeira parte, arrancando para mais uma noite feliz. Sem hipóteses no tento de Lima.

Ola John e Melgarejo

O flanco esquerdo do Benfica foi a principal fonte de alimentação do futebol encarnado durante grande parte do encontro. Ola John, naquele estilo vai-não-vai, de bola colada ao pé e fintas de corpo, assumiu sempre a responsabilidade de encarar adversários, criando alguns desequilíbrios. Beneficiou, e muito, do cariz ofensivo de Melgarejo. O paraguaio é de facto uma arma interessante em saídas para o ataque. A defender, ainda algumas dificuldades. Ukra ganhou mais duelos que o desejado pelos encarnados.

Bruno César

Jorge Jesus perdeu Enzo Pérez, ainda na primeira parte, hesitando entre Bruno César e Miguel Vítor (uma opção que ditaria o regresso de André Almeida ao setor intermediário). O treinador viria a apostar no brasileiro que, nunca posição mais recuada, demonstrou a entrega ao jogo que o torna numa unidade extremamente útil no plantel.

Tope

Nuno Espírito Santo mexeu demasiado tarde, no ataque final à baliza de Artur Moraes. Quando o fez, ao minuto 80, apostou num sub-20 de Inglaterra. E Tope Odabeyi, em meia dúzia de minutos, fez tanto ou mais que outros elementos com maior tempo de utilização. Passou por André Almeida e Miguel Vítor com uma velocidade estonteante. Faltou saber o que fazer após esses momentos.

Vítor Gomes

Entrou para o lugar do lesionado Lionn, ainda na primeira parte. Com maior liberdade de movimentos na etapa complementar, esteve nos principais momentos de perigo do Rio Ave, criando uma interessante dinâmica entre o centro e a esquerda.