Na época passada, Gaúcho saiu do Marítimo e optou por jogar no Busan Icons, clube coreano que lhe ofereceu «uma experiência positiva» na sua carreira futebolística, mas que depressa se transformou «num inferno», fruto de uma cultura bem diferente daquela a que estava habituado a viver no nosso país. Basicamente, o fim da aventura de seis meses no Oriente deu-se por causa da carta de condução. «A minha carta de condução é brasileira e não é reconhecida na Coreia do Sul», explica o avançado do Rio Ave ao Maisfutebol, em vésperas do confronto com o Benfica.
Proibido de conduzir pelas autoridades e impossibilitado de tirar a licença por não dominar a língua, restava-lhe como alternativa deslocar-se de táxi para todo o lado, especialmente para o campo de treinos, onde tinha de marcar presença todos os dias: «Demorava sempre uma hora no trânsito. Era horrível. Nunca vi um sítio com tantos carros e com tanta gente. Fazer aquele trajecto num táxi, todos os dias e perder uma hora no caminho era um desgaste tremendo».
Até que não aguentou a situação. «A minha mulher também teve problemas de adaptação à cultura. Financeiramente estava a ser bom, mas o dinheiro não é tudo». A alimentação também era um tormento para Gaúcho: «A comida era muito picante. A minha sorte é que a minha mulher fazia pratos portugueses e brasileiros e isso atenuava as diferenças. Mesmo assim, perdi três quilos». Tentou negociar a rescisão, «mas o clube não deixava porque tinha mais dois anos de contrato» até que conseguiu chegar a acordo. «Foi um alívio...»