Delson
Aproveitou a sorte que lhe caiu do céu no golo madrugador e embalou para uma exibição inspirada. O remate - o primeiro da partida, logo aos dois minutos - nem levava muito perigo, mas um desvio em Cléber lançou-o para o fundo das redes, lançou o Rio Ave para a frente do marcador e lançou Delson para um jogo agradável, pautado acima de tudo pela eficiência à frente e à retaguarda, no ataque e na defesa. Carlos Brito pareceu dar-lhe maior liberdade ofensiva, colocando-o ao lado de Ricardo Nascimento, e o brasileiro respondeu com pormenores interessantes, como um lançamento a rasgar toda a defesa do Nacional que deixou Gama isolado na cara de Hilário. No resto do tempo foi o habitual, inteligência na ocupação dos espaços, voluntarismo na procura da bola, boa visão de jogo e rapidez na forma como fazia o futebol da equipa fluir. Delson é aliás um jogador importantíssimo neste Rio Ave. Discreto mas muito eficaz.
Franco
O golo da tranquilidade foi como a cereja em cima do bolo em que transformou a exibição impecável desta tarde. O central do Rio Ave, que não descansa há quarenta e cinco jogos, meteu no bolso Adriano, que nem se viu em campo, e também não deu espaço a André Pinto. Impecável a forma como controlou o seu espaço.
Jacques e Paulo César
Depois do brilharete na Luz os avançados mandaram para o banco Evandro e Gaúcho. A aposta demorou a convencer. Paulo César e (sobretudo) Jacques não pareciam trazer nada de novo ao futebol da equipa, até que, sobre o intervalo, desenharam uma jogada privada que trouxe o golo da tranquilidade. E partiram para exibições melhorzinhas.
Patacas
Não fez uma boa exibição, longe disso, até permitiu a Jacques trabalhar como quis o centro que deu no segundo golo do Rio Ave, mas pelo menos deu uma lição de profissionalismo aos companheiros, sempre muito esforçado, concentrado no jogo e inconformado com as lacunas colectivas da equipa. Um capitão exemplar.