O Rio Ave entrou com nove portugueses e dois brasileiros frente ao Sporting, mistura apurada de experiência, ambição e boa capacidade de gestão.

Olha-se para o Rio Ave e percebe-se que há ali trabalho, do bom. A equipa está muito equilibrada. Conhece as suas dificuldades, mas também acredita nas qualidades que foi descobrindo ao longo da temporada.

Frente ao Sporting, apesar de tudo um grande, o Rio Ave foi excelente. Mais pelo que quis fazer e fez do que exactamente pelo resultado, um empate escasso para o que jogou.

A equipa de Carlos Brito, montada a partir de um orçamento que é para cumprir, sabe gerir o jogo, o que em parte advém da experiência de médios como Tarantini e Braga (na verdade um avançado que andou uns metros para trás). Mas também é capaz de arriscar, em parte devido à vontade de fazer de jovens como Bruno Gama, Yazalde, Tiago Pinto, Lionn e Júlio Alves.

O mais novo da família Alves foi pela primeira vez titular no campeonato principal e causou-me excelente impressão. Aos 19 anos tem um conhecimento invulgar da posição «6», provavelmente uma das mais difíceis do futebol. Ali costumam jogar futebolistas mais experientes, porque o saber aparece com o tempo. Júlio Alves é um miúdo, mas demonstrou que tem potencial para chegar longe. Enfim, foi um jogo, a estrada é longa. Mas ele tem pés para andar pelo caminho certo.