Domingo de festa da Taça em Vila do Conde e equipa da casa queria presentear os adeptos com uma goleada sobre o modesto Sertanense. Nuno Espírito Santo estava determinado a mostrar que não é verdade que a sua equipa joga melhor fora do que em casa (crítica que existe já desde a época passada), mas as águas, que pareciam calmas, agitaram-se. Valeu aos vilacondenses a ampla vantagem conquistada na primeira parte.

O Sertanense, que trouxe até Vila do Conde cerca de 300 adeptos, prometia não baixar os braços nem entrar derrotado em campo. Até deu alguns sinais de que poderia criar perigo nos primeiros minutos, mas o Rio Ave depois colocou o pé no acelerador e não parou mais até ao intervalo.

Qual rolo compressor, o ataque vilacondense ia chegando à baliza de Paulo Salgado com relativa facilidade. Tarantini marcou o primeiro logo aos 11 minutos, após um passe de Del Valle da esquerda. Aos 28 minutos, tentou o segundo de cabeça, mas a trave devolveu a bola. Braga apareceu a tempo de conseguir fazer a bola entrar mesmo. Depois chegou a vez de Hassan rematar à entrada da área para o 3-0. E ainda antes do intervalo, o egípcio a fazer uma tabela com Del Valle, e este último, de pé esquerdo, a fazer o 4-0.

Com a vantagem folgada, o Rio Ave parecia ter via aberta para os oitavos de final, mas o Sertanense ainda tinha uma palavra a dizer. Logo no início da segunda parte, Traquina, num excelente lance individual, a furar pela área vilacondense e a reduzir para 4-1. A seguir, o Sertanense enviou uma bola à trave, uma foi tirada por Vilas Boas já quase em cima da linha de golo, e outra por Tiago Pinto de cabeça, até que, na conversão de um livre direto, Rafael fez o 4-2.

O Rio Ave via as coisas a complicarem-se, apesar dos dois golos de vantagem. Nas bancadas, os adeptos não poupavam críticas ao árbitro, mas também apontavam o dedo à equipa, que se ressentia dos dois golos sofridos.

Mas o Sertanense afrouxou a pressão e, com o relógio a seu favor, o Rio Ave foi recuperando a tranquilidade e voltou a dominar o jogo. Foi meia hora de sufoco que acabou por não impedir os vilacondenses de estarem nos oitavos de final da competição.