A 3 de maio de 1994, Diego Lopes nasceu em Paraopeba. O parto foi bem mais simples do que citar este nome mineiro sem uma súbita gaguez. «P-A-R-A-O-P-E-B-A», explica Diego, com uma paciência de Jó.

O futebolista do Rio Ave começa assim a contar ao Maisfutebol alguns pormenores da sua vida, até ao dia em que aterra em Portugal. Corria o ano de 2008.

Entrevista a Diego Lopes: «Estou a fazer a melhor época de sempre»

Como é que um menino de 14 anos ganha coragem para trocar o Brasil por Portugal?  
«Bem, um empresário de São Paulo viu-me a jogar no Palmeiras e falou com o Jorge Mendes. Convidaram-me a viajar, os meus pais aceitaram, mas eu não sabia para que clube vinha. Estive cinco dias num hotel do Porto à espera, falaram-me do Sp. Braga e acabei por ir fazer testes ao Benfica. Joguei um torneio com os iniciados, gostaram de mim e fiquei lá».

Ficou de 2008 a 2012 no Benfica. Nesse período vivia onde?
«Na Academia do Seixal. Fui campeão pelo Benfica de iniciados e juvenis. Mas não foi fácil. Era tudo cheio de regras e mais regras, horários e mais horários. Eu era um adolescente habituado a mais liberdade, no Brasil era completamente diferente. Foi difícil habituar-me a esse código do Benfica, mas acabei por ser muito feliz».

Jogou com João Cancelo, Bernardo Silva, André Gomes… Na altura já eram os elementos com maior potencial?

«Todos eram bons, mas o Bernardo raramente jogava. Não desistiu, lutou pelo sonho dele e está no Mónaco. Tenho de elogiá-lo por essa persistência. Merece tudo de bom. O André chegou já depois de mim e foi logo nomeado capitão. Sempre foi bastante maduro e equilibrado. Não falávamos muito no início, mas depois tornámo-nos bastante amigos».

Antes de jogar no Benfica esteve no Palmeiras. Foi o seu primeiro clube?
«Joguei num clube pequeno da minha cidade e com quase 14 anos fui para o Palmeiras, através de um olheiro. Só fiquei lá seis ou sete meses. Vim logo para Portugal».

Está no Rio Ave desde 2012. Primeiro por empréstimo do Benfica, agora já não. Contava ficar tantos anos em Vila do Conde?
«Na verdade não, pensava que ia ficar só um ano. Mas estou a adorar, tanto o clube como a cidade. Tenho uma vida calma, nada a ver com a que tinha em São Paulo. A praia fica perto, a comida é ótima e tenho grandes amigos: Marcelo, Bressan, Lionn, Ederson… juntamo-nos muitas vezes, fazemos churrascos, gosto de viver cá»
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Quais eram os seus ídolos quando era mais pequeno?
«O Pablo Aimar e o Kaká. Sempre. Conheci o Aimar no Benfica e até lhe pedi uma camisola autografada. Ele é muito simples e simpático, disse logo que sim. Um craque».

Já pensou nos desejos para 2014?
«Desejo continuar na equipa ideal do Maisfutebol (risos). E fazer uma grande temporada no Rio Ave, para poder evoluir na minha carreira e jogar futuramente num clube ainda maior».