Luís Freire, treinador do Rio ave, em declarações à Sport TV, depois do empate diante do FC Porto (0-0), jo Estádio do Dragão, em jogo da 20.ª jornada da Liga:

Jogo duro no Dragão, com o Rio Ave a conquistar um ponto…

- Temos de enquadrar este jogo para nós porque jogámos na quarta-feira à noite. Nenhuma equipa da mesma Liga jogou quarta e sábado e nós tivemos de fazer isso, ainda por cima contra o FC Porto que vinha de uma série muito positiva, a marcar cinco golos, depois três golos, um FC Porto muito ofensivo. A nós custou-nos muito entrar no jogo, estávamos muito desligados, com o FC Porto a entrar forte, podíamos estar a perder 2-0 ou 3-0l, nos golos que o FC Porto acabou por marcar, mas que foram bem anulados. A questão é que entrámos adormecidos, mesmo na parte defensiva não estávamos estáveis, nem coesos. Em termos ofensivos estivemos muito mal, tivemos uma oportunidade pelo Teixeira, mas não conseguimos ter a bola. Era muito difícil para nós fazer o que queríamos fazer. A verdade é que passamos aquela meia-hora difícil, os jogadores tiveram sempre o sentido de juntar, unir.

- Pedi ao intervalo para conseguirmos equilibrar mais a equipa e perceber que alguns jogadores estavam no limite físico. Tivemos jogadores a entrar hoje que fizeram um treino connosco. Coloquei o Aziz e Vrousaj porque são jogadores que, apesar de terem chegado há pouco tempo, podem ajudar. O Aziz foi titular na quarta-feira e era incapaz de fazer os 90, aliás, os primeiros 45 já lhe custaram. O Vrousaj vinha com ritmo do Olympiakos, mas treinou uma vez connosco. Basicamente, foi o que disse ao grupo, temos um grupo muito bom, foi uma exibição de sacrifício, com sorte porque o Porto podia ter feito golos, mas também há muito mérito dos nossos jogadores. O empate é deles pela forma como se dedicaram, deram o corpo ao manifesto até ao fim, sempre equilibrados emocionalmente. Nunca fomos desequilibrados, mantivemos um bloco que foi baixando ao longo do tempo, mas principalmente pela atitude. À imagem de outros jogos em que jogámos muito melhor, hoje era difícil pedir à minha equipa para fazer mais.

Tiveram uma felicidade que fugiu noutros jogos, como em Vila do Conde, frente ao FC Porto?

Por exemplo, nesse jogo, fizemos um jogo muito mais competente, mais completo, mais equilibrado e, no último minuto, ficamos sem os pontos. É assim o futebol, às vezes é madrasto para outras equipas, para nós já foi várias vezes. Ressalvar isto, a atitude dos meus jogadores, para mim, foi impressionante.

Deu várias indicações ao Boateng, era a forma do Rio Ave sair da pressão?

- Na primeira parte queríamos tentar pressionar, chegar ao guarda-redes só que a capacidade física para ir ao Diogo Costa não nos permitiu subir linhas para pressionar. Chegávamos sempre atrasados, quando subia o bloco. Na segunda parte tentei meter o Aziz para ver se chegávamos aqueles centrais, o Boateng defendeu um bocadinho mais a esquerda. Fizemos isso, três ou quatro vezes, mas a linha defensiva já dava mais. Fomos ao limite das forças e tivemos alguma felicidade.

Série de empates é positiva?

- Perdemos dois jogos em dez ou onze, portanto, não ganhámos muito, só ganhamos dois, mas só perdemos dois. Não tenho dúvidas que vamos começar a ganhar jogos. Há muita gente a chegar, é preciso tempo para trabalhar estes jogadores, vai ser preciso fazer crescer a equipa para conseguirmos outro tipo de classificação.