Sem qualquer triunfo somado nos últimos seis jogos, o Rio Ave terá de se superar para se impor neste domingo na receção ao Paços de Ferreira, atual quinto classificado da Liga.

Foi pelo menos essa a convicção partilhada por Miguel Cardoso, técnico da equipa de Vila do Conde, que fez uma analogia curiosa. «Sinto que temos de nos superar. É preciso resgatar o verdadeiro espírito vila-condense, do pescador que vai para o mar em condições difíceis, porque precisa de trazer alimento para terra. Não há impossíveis até ao final e podemos pontuar em todos eles», frisou na antevisão ao duelo da 29.ª jornada.

Miguem Cardoso diz que nesta altura é mais importante deixar que fazer coisas mal do que fazer bem as coisas, e apelou ao espírito de união. «No futebol ninguém faz as coisas sozinho, e é importante gerir o estado emocional para gerar tranquilidade para que as coisas possam fluir. É preciso meter energia, jogar com coração, mas não deixar a cabeça fora de campo» apontou.

O Rio Ave está a ter uma época turbulenta e o técnico dos vila-condenses assumiu que não tem sido fácil conviver com uma realidade que a equipa não conhecia há vários anos. «Neste momento sinto uma pressão muito maior do que há três anos quando lutávamos pela superação [lugares europeus] e algo fora do normal, porque andávamos acima do objetivo», reconheceu.

Apesar do quinto lugar ocupado, o Paços de Ferreira vem de uma sequência de quatro desaires, mas Miguel Cardoso desvalorizou o momento menos positivo da equipa de Pepa. «Não podemos olhar para resultados, mas para os comportamentos. O Paços de Ferreira não está nesta posição confortável por acaso. Está porque foi muito competente e temos que nos preparar para essa equipa. Não espero facilidades, mas temos que nos preocupar muito mais com aquilo que queremos fazer», concluiu o treinador do Rio Ave, que não poderá contar com André Pereira, Jambor e Junio Rocha, todos por lesão.