O Moreirense vestiu o fato de gala e brindou os adeptos com exibição de luxo. Quatro golos sem resposta – e podiam ter sido mais – deixaram o Rio Ave KO, soltando a fúria entre os adeptos. Noite inspirada de Camacho e Alan valeram o segundo triunfo consecutivo à formação de Moreia de Cónegos, que chegou aos dez pontos e subiu ao 8.º lugar.

Já os vilacondenses continuam a lutar pela sobrevivência na parte de baixo da tabela. A goleada fez aumentar a contestação à equipa e ao técnico. Contudo, dadas todas as condicionantes que a equipa teve no início da temporada – não pôde inscrever novos jogadores –, só nos vem um ditado à cabeça: em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão.

Eficácia cónega

Depois da derrota em Alvalade, Luís Freire fez duas alterações no onze titular. O técnico trocou João Graça e Sávio por Bruno Ventura e Zé Manuel, tentando trazer para o jogo maior acutilância ofensiva. Por seu turno, Rui Borges utilizou a velha máxima do futebol de que equipa que ganha não se mexe e não fez qualquer alteração em relação à equipa que venceu o Farense. Carlos Ponck manteve-se no lugar de Maracás, que tinha feito os primeiros jogos do campeonato.

Os rioavistas entraram bem na partida, estendendo o jogo e trocando bem a bola. Mas o Moreirense rapidamente percebeu as intenções vilacondenses, ajustou e foi extremamente eficaz. Grande passe de Ofori a desmarcar Fabiano – apareceu no lugar de Kodisang trocando as voltas à defensiva local –, dominou de peito e rematou de pé esquerdo para o fundo das redes!

O Rio Ave tentou reagir e Ventura teve na cabeça a oportunidade de empatar. Após cruzamento de Costinha, Kewin saiu em falso e Bruno Ventura apareceu a cabecear por cima. Já diz o ditado que quem não mata morre e os cónegos tentaram dar a machadada final nas aspirações vilacondenses. Magrão, na saída de bola, erra o passe e entrega a Franco que, depois de sentar Aderlan Santos, ofereceu o golo a João Camacho. Foi só escolher o lado e marcar.

Os locais acusaram muito o golo e, até ao descanso, nada saiu bem. Luís Freire fez alterações à meia hora de jogo, trocando Patrick por Sávio, mas continuava tudo igual. Vários passes errados e decisões disparatadas. Tal como foi o remate de Alan que, depois de desarmar Santos, isolou-se e, no cara a cara com Magrão, disparou muito por alto. Que perdida!

Só deu Moreirense

Para a segunda metade, o treinador dos vilacondenses lançou André Pereira, tentando chegar ao golo que relançasse a equipa no jogo. Mas os planos saíram completamente furados. Marcelo recupera o esférico ainda na sua defesa, liberta em Alan que desmarca Camacho na esquerda. À entrada da área, o extremo remata em arco para o terceiro.

Depois o jogo entrou numa fase confusa e nas bancadas eram os adeptos que criavam confusão, obrigando à intervenção das forças policiais para serenar os ânimos. Rui Borges aproveitava para rodar a equipa e fazer descansar os jogadores que estavam a ser o motor da equipa, Alan e Camacho. Luís Freire também tentava fazer o que podia, refrescando vários setores da equipa.

O Rio Ave estava KO. Já não conseguia reagir e continuava a jogar sobre brasas, falhando lances que, normalmente, não falhariam. Indiferentes a isso, os cónegos continuavam a carregar no acelerador e ainda chegaram ao quarto golo. Madson recebeu o esférico na esquerda, fletiu para o meio e selou o triunfo do Moreirense.

No final, grande festa dos cónegos, que sentiram que tinham acabado de fazer uma excelente exibição. Os jogadores e staff técnico do Rio Ave fizeram um círculo no meio campo, mostrando estar unidos... mas sob os assobios dos adeptos.