O treinador do Rio Ave, Miguel Cardoso, na sala de imprensa do Estádio José Alvalade, após a partida com o Sporting, da jornada 27 da Liga 2017/18, que os vila-condenses perderam por 2-0:

«Os jogos são jogados na globalidade, não montamos estratégias para controlar equipas com o Sporting. Isso só jogando. Abdicar de algo para controlar o Sporting é dar um passo para perder. Está dizer isso porque mudámos o sistema tático, mas isso não tem a ver com mudar a intencionalidade de uma ideia. E não abandonámos. A intenção teve a ver com essa globalidade, só fazendo jogo intenso sobre ponto de vista defensivo e quando tivéssemos a bola, era aí que estava a chave do jogo. Era fundamental tirar a bola rápido da pressão e teríamos de a tirar para a largura. Daí o facto de termos colocado dois laterais com capacidade. Fizemos essa alteração para podermos sermos nós. Colocámos dois médios precisamente para proteger o eixo central quando a bola entrou na lateral. Permitia-nos uma série de questões, ter chegada sempre em apoio lateral com a chegada de um médio. Mas não mexeu com os nossos princípios de jogo. Temos de perceber contra quem estamos a jogar e por vezes as pessoas esquecem-se disso. Quantas equipas tiraram pontos ao Sporting, ao Benfica, ao FC Porto e ao Sp. Braga nos seus estádios? A nossa proposta não é negociável. Não nos abandonamos! Não consigo chegar aqui e dizer que vamos jogar à defesa. Não consigo tirar valias aos meus jogadores! Tenho de dar-lhes uma proposta de jogo que os valorize. Fomos uma equipa que tentou, mas que nem sempre conseguiu. Da minha avaliação neste momento, não me parece que nos tenhamos abandonado.»

«É natural que o Sporting tenha pressionado alto a nossa saída. A capacidade de ligarmos a segunda fase era com base em sair da primeira. Conseguimos umas vezes outras não. Instalámos o jogo, mas não fomos agressivos no último terço. Temos de pôr na balança a capacidade do Sporting. Sofremos o segundo golo aos 84 minutos, também fomos à baliza do Sporting. Diz-me que o Sporting tem mais oportunidades. Normal!»

[Sobre se os 54 por cento de posse bola deixam-no orgulhoso]

«Não sou, como treinador, capaz de ficar satisfeito por ter percentagens superiores de posse de bola. Nem tenho de criticar adversários por ter mais faltas. A falta é uma arma, mas não tenha nada a apontar. Temos de encontrar soluções para passar a bola mais rápido. Há equipas mais corajosas, outras menos. O Sporting foi competente a cobrir a bola e a não deixar a bola entrar em profundidade ou entre as linhas. Na segunda parte, há muitos momentos em que instalámos o nosso jogo. O que me deixa orgulhoso é ver os meus jogadores jogar futebol. Têm uma abordagem fantástica em todos os jogos.»