Chama-se Welthon, tem 31 anos e os mais atentos lembrar-se-ão dele, seguramente. Chegou do Brasil para reforçar o Paços Ferreira, tendo-se tornando na altura o reforço mais caro da história do clube da Capital do Móvel.

Um ano e meio de grande fulgor bastaram-lhe para garantir o salto para o V. Guimarães, onde na verdade nunca confirmou tudo o que prometia. Andou pela equipa, voltou ao Brasil e esta época apareceu em Torres Vedras para se vestir de herói.

Com a camisola 10 nas contas, Welthon foi o responsável por um daqueles jogos que fica para a história: um jogo em que o clube se vestiu de tomba-gigantes e afastou uma equipa da Liga. O brasileiro fez uma assistência, marcou um golo e carregou a vitória às contas.

No fim, o Torreense fez a festa e bem a mereceu.

A equipa de Torres Vedras soube defender-se bem - ou não trouxera ela no sangue a história das Linhas de Torres, construídas para defender a capital do reino das invasões de Napoleão -, marcou nas alturas certas e venceu um jogo em que soube ser enorme.

Antes de mais, é necessário dizer que marcou logo na primeira oportunidade que teve: aos treze minutos, após um canto, Welthon cabeceou ao segundo poste e serviu Tassano para desviar para golo.

Até ao intervalo, o Rio Ave tentou de todas as formas, mas pouco perigo causou, até que Luís Freire mexeu na equipa, no início da segunda parte, e conseguiu dar algum ânimo ao jogo.

Curiosamente até foi o Torreense a ameaçar fazer o segundo golo, numa jogada de contra-ataque finalizada com um remate de Antoine ao lado, mas acabou por ser o Rio Ave a marcar: também na sequência de um canto, Josué cabeceou para golo.

A partir daí pensava-se que seria o Rio Ave a partir para o apuramento, mas aos 81 minutos, em mais um cruzamento longo, Joãozinho desvia para o segundo poste e Welthon fez o golo da vitória.

O Rio Ave, tal como na época passada, volta a cair na estreia na Taça de Portugal.