Robinho é o reforço mais desejado no Santos e ainda hoje pode haver bons avanços num processo negocial que, entre o Peixe e o AC Milan, está praticamente concluído (mas que necessita ainda de acertos entre os valores que o clube da Vila Belmiro está disposto a pagar por mês ao atleta e aquilo que o atacante exige).

Com a saída de Neymar, o Santos procura novas referências. E a vontade de Robinho em regressar ao Brasil, após três épocas no Milan, ajuda a um cenário de interesse mútuo.

Com 29 anos, há a ideia de um declínio competitivo na carreira de Robinho. Será ele a escolha acertada para fazer esquecer Neymar?

Em conversa com o Futebol Brasil, Klaus Richmond, jornalista que cobre o Santos para o portal «Terra» e «freelancer» da revista desportiva brasileira «Placar», observa: «São jogadores com características diferentes. O Robinho já não tem a velocidade que tinha em 2002 ou mesmo em 2010 quando regressou ao Santos. E não se pode pedir ao Robinho que vá resolver todos os jogos, como o Neymar fazia no Santos».

Será, então, mais uma questão de conceito: acabou a «Neymardependência» e ela não será substituída. «O Santos, com o Muricy, jogava para o Neymar. A bola descaía muito para a esquerda, todos esperavam que o Neymar pegasse e resolvesse. O Robinho será uma boa solução ofensiva, mas a equipa não vai jogar para ele».

O «Rei da Pedalada» não foi o que prometia

Nascido a 25 de janeiro de 1984, em São Vicente, litoral de São Paulo, Robinho cedo se destacou pela qualidade com que dominava a bola, nos jogos de rua que fazia na zona carenciada onde cresceu.

Ainda com cinco anos, já era chamado de «Menino da Vila». Aos seis, começou a jogar no Beira-Mar. Com nove, foi jogar futsal para o Portuários, onde marcou 73 golos.

O desempenho levou-o ao futsal do Santos, passando a integrar as categorias de base, na época supervisionada por Pelé. O «rei» rende-se de imediato ao talento de Robinho.

A estreia na equipa profissional do Santos foi em jogo grande, frente ao Corinthians. A equipa da Vila Belmiro venceu por 3-1. Prenúncio de uma importante conquista do Peixe,em 2002, quando o Santos quebrou um jejum de 18 anos e obteve o título brasileiro, com uma equipa de então jovens promessas: além de Robinho, também Diego, Elano e Léo.

De «Menino da Vila», Robinho passou a ser o «Rei da Pedalada»: a sua velocidade foi imagem de marca dentro do campo.

Em 2005, dá-se o grande salto na carreira de Robinho: do Santos passou para o colosso Real Madrid, então recheado de galáticos como Ronaldo, Roberto Carlos, Zidane, Raul ou Becham (Figo estava de saída para o Inter de Milão.

Em Madrid, festejou dois títulos e foi uma das figuras da equipa.

Mesmo assim, começava a vigorar a ideia de que Robinho não iria ser a estrela internacional que muitos auguraram.

Em 2008, Robinho protagoniza transferência milionária para o Manchester City. Na temporada de arranque, faz 14 golos e surge como melhor marcador do City. Mas a época seguinte não arranca bem: desentendimentos com o técnico do conjunto inglês fá-lo regressar ao Santos.

Mas o regresso à Europa não demoraria a acontecer: Robinho foi para o Milan. Nos últimos três jogos, faz 22 golos em 85 partidas (abaixo do que as suas credencias exigiriam).

Mesmo assim, na primeira época em Itália, ajuda os «rossoneri» a festejarem o título transalpino, sendo o segundo melhor marcador da equipa.

ROBINHO Robson de Souza

Data de Nascimento: 25 de janeiro de 1984

Naturalidade: São Vicente (São Paulo)

Posição: Avançado

Percurso: Santos (2002-2005 e 2010), Real Madrid (2005-2008), Man. City (2008-2010), Milan (2010-2013)

Principais títulos: duas taças das Confederações (2005 e 2009), uma Copa América (2007), dois campeonatos brasileiros (2002, 2004), duas ligas espanholas (2007 e 2008)

GOLOS: 174 (155 por clubes, 29 na seleção)

JOGOS: 527 (440 por clubes, 87 pela seleção)