Fios, chips, antenas, rodas, câmaras, bolas cor-de-laranja e robôs, muitos robôs. Eles tomaram conta do Pavilhão 4 da FIL e vão ficar por lá até dia 3 de Julho. O evento chama-se Robocup 2004 e é uma espécie de mistura entre futebol e ciência.
Com o FAN Park do Euro ali mesmo ao lado, o que não falta no Parque das Nações são adeptos da bola. Os organizadores não escondem que o Euro 2004 foi determinante na escolha de Portugal para receber a Robocup, afinal, a intenção é mesmo chamar os viciados da bola para as maravilhas da ciência.
Nos campos deste campeonato, não se entra com chuteiras e, diga-se, pouco podem fazer os pés dos humanos. Mandam os programas informáticos e os robôs, 600 ao todo, pequenos, médios, quadrúpedes e a imitarem gente a sério, os chamados humanóides. E estão por sua conta porque não há telecomandos neste campeonato ¿ a movimentação é feita através de censores e em função de uma bola que tem mesmo de ser cor-de-laranja para não desorientar as máquinas.
Alinharam nesta 8ª edição deste Campeonato do Mundo de Futebol Robótico 37 países. Não se pode dizer que o futebol seja rápido, nem que as fintas lembrem Cristiano Ronaldo, nem explicar por que é que Gonzales, o camisola 8 da equipa robótica da Áustria, está constantemente a «empancar» na quina do campo, mas há gente nas bancadas a assistir e palmas para os golos que se marcam na FIL.
Além do futebol, que é quem mais ordena no pavilhão, há dança e simulações de salvamento em caso de catástrofes. Guiados pelo calor, robôs de ar futurista rodam por entre obstáculos, à procura de gente debaixo dos escombros. E depois, para aliviar o ambiente, dança-se. Claro que, mais uma vez, os humanos ficam de lado, mas, afinal, foram eles que quiseram assim. Mexem-se os robôs, com direito a coreografia ensaiada e até a um OVNI com que a Escola Profissional Gustavo Eiffel quer surpreender este ano.