Projetar o Grand Slam de Paris e eliminar Rafa Nadal do primeiro lote de favoritos é um crime. O Maisfutebol tem perfeita consciência do delito, mas agarra-se ao histórico de 2015 para não colocar o Rei de Roland Garros ao nível de Novak Djokovic, Andy Murray e até Roger Federer nesta dança das previsões.

Nadal tem no riquíssimo palmarés nove triunfos no pó de tijolo parisiense: 2005, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014. Mas tem também um registo preocupante de lesões nos últimos anos e um conjunto de derrotas anormais ao longo do presente ano.

Em 2015, Rafa Nadal só tem para apresentar a vitória em fevereiro no ATP 250 de Buenos Aires (6/4 e 6/1 na final contra Juan Monaco).

No Qatar perdeu contra Michael Berrer, na Austrália caiu perante Thomas Berdych nos quartos de final, no Rio de Janeiro foi impedido por Fabio Fognini de chegar à final e em Roma também não passou dos quartos de final. Stan Wawrinka derrotou-o.

Assumimos o risco, então, e colocamos Rafael Nadal atrás de Djokovic, Murray e Federer na lista de favoritos deste fantástico Roland Garros.
 

Uma ideia estranha: Nadal não é o favorito a ganhar Roland Garros

Posicionado na outra parte do quadro, Novak Djokovic já deverá estar a pensar no duelo com Nadal nos quartos de final. Isto, se ambos cumprirem a obrigação até essa fase.

O líder do ranking ATP chega a França numa forma notável. Afinado, motivado e com um conjunto de resultados apenas inferior aos que colecionou em 2011. É um dos melhores Djokovic de sempre.

O sérvio chega a Roland Garros – onde nunca venceu a final! - com as vitórias em Monte Carlo e Roma, mas atenção, Andy Murray está também num momento fulgurante.

O britânico nunca chegou sequer à final do torneio parisiense, mas desta vez tem de ser levado muito a sério. Em abril conquistou o ATP de Munique e em maio o de Madrid, este derrotando Nadal na final. Chega?

Finalmente, Roger Federer. O mestre suíço, provavelmente o melhor executante de todos os tempos, tem 33 anos e uma vitória em Roland Garros: 2009. É normal escrever-se, de resto, que este é o Grand Slam menos propício às suas características.

Mas Federer é um génio, e dos génios tudo é possível esperar. O que tem feito em 2015? Em janeiro conquistou o ATP 250 de Brisbane, em fevereiro o ATP 500 do Dubai, em março perdeu a final de Indian Wells para Djokovic, em abril assegurou o ATP 250 de Istambul e em maio voltou a perder uma final para Djokovic. Em Roma.

Djokovic, Murray, Federer e só depois Nadal? Veremos nas próximas semanas.
 

Alguém consegue parar Novak Djokovic?

Há algum tenista capaz de se intrometer na ditadura dos fabulosos-quatro?


Gael Monfils já foi semifinalista (em 2008); Kei Nishikori continua a apresentar uma regularidade impressionante. Este ano venceu em Memphis e em Barcelona; David Ferrer chega com três torneios ganhos em 2015, Rio de Janeiro, Acapulco e Qatar. Melhor, só Djokovic.

Outros nomes para seguir com atenção:
Fabio Fognini, Nick Kyrgios, Thomaz Bellucci e Dominic Thiem (grande vitória em Nice!).

João Sousa e Gastão Elias: a orgulhosa armada lusa
 

Motivadíssimo pela presença na final de Genebra, João Sousa chega a Roland Garros com uma apreciável subida no ranking ATP (de número 50 para perto da posição 40) e a natural ambição de chegar longe no torneio.

O melhor tenista português de todos os tempos defronta o canadiano Vasek Pospisil
na primeira ronda. Pospisil é o número 51 do mundo, mas já esteve na posição 25. É o segundo melhor do seu país, atrás de Milos Raonic.

Nos últimos três anos nunca passou da primeira eliminatória em Roland Garros.

Se João Sousa vencer, como se espera, poderá encontrar Andy Murray logo a seguir.

Gastão (155 do mundo), por sua vez, e após as brilhantes três vitórias no qualifying, terá do outro lado da rede o francês Benoit Paire
. Paire é um gigante de 1,96 metros e posicionado no lugar 71 da tabela mundial. Em 2013 chegou à terceira ronda de Roland Garros.
  
O PRIMEIRO DIA DE ROLAND GARROS: Federer venceu


No setor feminino, a norte americana Serena Williams
é a grande favorita. No primeiro jogo terá pela frente a checa Andrea Hlavackova.

Maria Sharapova
e Simona Halep
, segunda e terceira no ranking WTA, terão também uma forte palavra a dizer. Sharapova é, aliás, a detentora do título, depois de ter repetido no ano anterior a vitória de 2012.

Ana Ivanovic
, atualmente no sétimo lugar da classificação mundial, procura repetir a vitória de 2008. Será difícil, muito difícil.
 

Ivanovic não conquista Roland Garros desde 2008