É um exagero, claro, chamar própria casa a um estádio. Mas era isso que Ronaldinho Gaúcho sentia quando jogava no Olímpico de Porto Alegre, recinto do Grémio, clube onde cresceu, se tornou futebolista e que rejeitou no retorno ao Brasil. Foi por isso que, neste domingo, foi vaiado e apelidado de «pilantra».

O Flamengo deslocou-se até à cidade natal de Ronaldinho para mais uma jornada do Brasileirão. Só que, mais do que o jogo em si, o foco estava no craque gaúcho. O camisola 10 do Mengão foi chamado de «pilantra» ao longo da partida e ainda teve de ouvir e ver outras ofensas.

Por exemplo, uma das tarjas de um adepto dizia: «Não joguem [atirem] moedas ao Ronaldinho, se não ele junta.» A alusão era óbvia, os gremistas ainda se sentem traídos pelo facto de o craque ter preferido os Reais do Flamengo ao emblema de Porto Alegre, no qual cresceu. Aliás, assim que pisou o relvado, Ronaldinho foi brindado com notas de cem Reais estampadas com a sua cara.

No final, o Grémio bateu o Flamengo. Antes disso, Ronaldinho viu um cartão amarelo e ouviu uma vaia monumental. Ou olímpica, para condizer com o nome do recinto. Depois do jogo, o camisola 10 do Mengão respondeu à insatisfação dos adeptos. «Isso comparado com a claque do Flamengo, não é muito barulho.»

Veja um excerto da recepção a Ronaldinho