Na antevisão do Parken, Carlos Queiroz fez todos os possíveis para manter algum mistério sobre as suas opções para o onze. Nem a utilização de um meio-campo em losango foi claramente assumida pelo seleccionador, apesar de todos os indicadores nesse sentido: «O que eu disse, e mantenho, é que temos agora mais soluções, individuais e colectivas e isso é positivo. A Dinamarca, por exemplo, joga sempre em 4x4x2 mas ganhou na Suécia em 4x3x3», lembrou.
A liberdade de acção de Cristiano Ronaldo é um dos objectivos da nova organização da equipa, com Queiroz a socorrer-se do jogo com a Suécia, no Dragão, como referência positiva, apesar do 0-0 final: «Era um jogo que coincidiu com uma subida de rendimento. Temos um jogador fantástico e eu quero criar condições para que ele esteja mais vezes perto da baliza», concluiu.
Contornando a táctica, o seleccionador acabou por reforçar o que Deco e Simão disseram antes dele, admitindo que «todos os modelos são bons quando os jogadores também o são, a diferença é feita pela qualidade dos jogadores», resumiu. E sintetizou assim a atitude que espera da equipa: «Temos de concentrar-nos não no produto final do jogo, mas na próxima bola, no próximo duelo, no próximo detalhe. E assim, detalhe após detalhe, cometer menos erros do que o nosso adversário.»
Queiroz admitiu ainda que o estágio em Varberg serviu também para, dentro do possível, trabalhar alguns problemas defensivos nos lances de bola parada: «Foi uma preocupação desde o primeiro dia, mas como alguns de vocês sabem, há trabalhos que, pela repetição, podem provocar sobrecarga e condicionar o rendimento em jogo», explicou.