O Estrela da Amadora tem preparado a recepção ao Benfica em clima de greve. O plantel «tricolor» não tem treinado, como forma de protesto pelo problema dos salários em atraso, mas ainda assim Rúben Amorim não espera facilidades.
«Vamos encarar o jogo como se eles estivessem a treinar», começou por dizer o médio encarnado, em conferência de imprensa. «Sinceramente, penso que estão mais preocupados com as famílias do que com o jogo, mas o futebol tem uma coisa boa: chegamos ao campo e esquecemos os problemas. Os jogadores do Estrela vão encarar este jogo como um escape para os problemas»
O jogo com o Estrela da Amadora marca o regresso do Benfica à Liga, depois de compromissos internacionais mas também após a vitória na Taça da Liga. Rúben Amorim acredita que o triunfo do Algarve tornou mais agradável a paragem. «Foi mais fácil passar estes dias», disse o médio, antes de destacar um aspecto negativo: «Não se pôde trabalhar com toda a equipa. Não é um bom factor, mas é sinal de que os jogadores estão nas selecções.»
Duas ausências e uma dúvida
Os compromissos internacionais tiveram ainda outra consequência negativa. Luisão lesionou-se ao serviço do Brasil e vai parar entre dez a quinze dias. Rúben Amorim lamenta a ausência do central, mas acredita que ele vai continuar a desempenhar um papel importante fora do campo. «Os números revelam que é um jogador importante. Faz falta, mas temos outros que vão colmatar a ausência. Ele é importante no grupo, e vai continuar connosco», disse o médio.
Quem também deve falhar o encontro da Reboleira é Reyes. O espanhol fez uma entorse do joelho, e existem poucas hipóteses de recuperar a tempo. Os números dizem que o Benfica sente muitas dificuldades para vencer sem o esquerdino, mas Amorim quer contrariar essa tendência: «Acredito que esta equipa pode ganhar sem Reyes, mas sem dúvida é um jogador importante.»
De fora vai ficar também David Suazo, para quem a época, de resto, já acabou. O ataque do Benfica está agora reduzido, no que a pontas de lança diz respeito, a Nuno Gomes, Cardozo e Mantorras. «São jogadores que não têm nada a provar. Vão cumprir a sua missão, que é ajudar a equipa, e se possível marcar golos. Vejo-os sempre com motivação. Neste plantel todos querem jogar», disse Rúben Amorim, em relação às alternativas ofensivas.