O Clube Nacional de Imprensa Desportiva entregou nesta terça-feira os prémios que distinguem os que mais se destacaram no desporto português em 2013. Um dos atletas do ano foi o motociclista Ruben Faria, que se declarou «triste» com o primeiro-ministro de Portugal por ter sido «esquecido».

«Tenho isto preso na garganta e tenho de o dizer. O primeiro-ministro fez um almoço com atletas que obtiveram sucessos para Portugal e esqueceu-se de mim. Não entendi. Em janeiro, lembram-se dos motociclistas», afirmou depois de receber o prémio do CNID no Estadio Nacional, no Jamor.

O segundo classificado no Rali Dakar deste ano assumiu que não estava chateado, mas «apenas triste» «Foi um desabafo. Ser segundo no Dakar é muito difícil», referiu o piloto em declarações aos jornalistas.

Na categoria de «Equipas do ano», Emanuel Silva foi um dos contemplados pelo CNID e elogiou os que se «dedicam de corpo e alma» e «querem ter a bandeira nacional na camisola» e têm «o hino português na cabeça».

«As pessoas não se podem esquecer e não nos podem perder para outros países. Portugal tem talento e estes não se podem perder», disse o canoísta desejando que «Portugal seja um país bom de viver e de treinar».

Emanuel Silva conhece a aposta que João Sousa fez em ir para Barcelona para perseguir o sonho de jogar ténis e inclusivamente já falou com o tenista de Guimarães sobre o desporto nacional: «Trocámos impressões para ver a realidade das outras modalidades [além do futebol].»

Fernando Pimenta foi o outro galardoado na canoagem pela medalha de prata que ganhou com Emanuel Silva em K2-1000 nos Jogos Olímpicos de Londres. O canoísta aproveitou os outros êxitos de Rui Costa no ciclismo, ou João Sousa no ténis, para frisar que «é importante ver que o desporto português está vivo».

O atleta de Ponte de Lima lembra, no entanto, que «os desportistas precisam de motivação e de condições» para que os resultados aconteçam.

A demissão do presidente da Federação Portuguesa de Canoagem apanhou nesta terça-feira de surpresa todos os atletas presentes no Jamor. Mário Santos demitiu-se de todos os cargos que desempenhava a nível desportivo incluindo o de chefe da missão olímica portuguesa para os Jogos do Rio de Janeiro.

Presente nos prémios do CNID, o presidente do Instituto do Desporto de Portugal, José Manuel Constantino, informou que Mário Santos se demitiu «alegando motivos da vida pessoal».

Os prémios atribuídos neste ano pela associação dos jornalistas de desporto foram os seguintes:

Atletas do ano:
Ruben Faria – Motociclismo
Rui Costa – Ciclismo

Revelação do ano:
Frederico Ferreira Silva

Equipas do ano.
Emanuel Silva/Fernando Pimenta – Canoagem
Hóquei em Patins Sénior do Sport Lisboa e Benfica

Treinador do ano:
Ryszard Hoppe – Selecionador Nacional de Canoagem

Prémio Dedicação:
João Baptista Estádio Nacional