«Tem experiência e contagia o grupo. É muito importante para nós»
( Muricy Ramalho, treinador do São Paulo, sobre Michel Bastos)


Já jogou em seis campeonatos diferentes (Brasil, Holanda, França, Itália, Alemanha e Emiratos Árabes Unidos), foi titular do escrete no África do Sul-2010 (defrontou Portugal na terceira jornada da fase de grupos, no empate 0-0 que serviu aos dois) e tem-se revelado aposta certeira no São Paulo.

Michel Bastos, 31 anos, está a ser um dos melhores jogadores do «tricolor do Morumbi» nestes primeiros meses de 2015 e o golo que marcou, mesmo ao cair do pano do encontro para a Libertadores, frente aos argentinos do San Lorenzo de Almagro, permitiu ao São Paulo continuar a sonhar com boa campanha na prova raínha do futebol sul-americano.

Aquele cabeceamento ao minuto 89, em voo de raça e crença, mereceu fortes elogios do próprio Muricy (técnico que não larga facilmente encómios a quem dirige) e reforçou a ideia de que Michel Bastos é um dos jogadores mais influentes da formação são-paulina.

Lateral-esquerdo de raiz, Michel Bastos é também um jogador polivalente, atuando, com regularidade, como médio-ala ou até como extremo. Aos 31 anos, continua rápido, veloz e raçudo. É um jogador com alma, bom de bola, que transporta o coletivo, e que, não sendo «estrela» (quase nunca foi lembrado como jogador de topo nas equipas que representou), tem percurso rico e sólido.

Feyenoord aos 18, em grande depois dos 30

Esquerdino, com remate forte, especialista em cobrar bolas paradas, cedo deu nas vistas: depois da formação no Pelotas, sua terra natal, saltou para o Feyenoord, da Holanda, clube pelo qual celebrou a vitória na Taça UEFA (triunfo na final sobre o Dortmund, por 3-2, em jogo dirigido por Vítor Pereira, hoje presidente do Conselho de Arbitragem da FPF).

Ainda muito novo para singrar em definitivo no Feyenoord, foi cedido ao Excelsior, regressando ao Brasil em 2003, para o At. Paranaense, com cedências ao Grêmio e ao Figueirense. 

Por essa altura, as suas qualidades futebolísticas já eram bem conhecidas, mas Michel Bastos foi adiando voos mais elevados, também por culpa própria: teve fases de inconsistência, problemas extra-futebol. 

Mas em 2006 deu novo salto para a Europa: chega ao Lille e, três anos depois, ao Lyon. 

Depois de três épocas em cada um dos clubes franceses, assinou pelo Schalke 04, somando a Alemanha à lista de países onde jogou.

Chamado por Dunga para o Mundial-2010

Pelo meio, Michel Bastos chegou ao escrete. Dunga incluiu-o na lista final para o África do Sul-2010 e deu a titularidade ao jogador, que então atuava no Lyon. Até agora, o são-paulino somou dez internacionalizações pelo escrete e marcou um golo.

MICHEL BASTOS NA SELEÇÃO BRASILEIRA:

 

Passagem por Roma e o regresso ao Brasil

Sem deixar marca de relevo na Alemanha e no Al Ain dos Emiratos Árabes Unidos, Michel Bastos começaria o ano de 2014 na Roma, somando assim o seu sexto campeonato.

Fez 17 jogos pela Roma, marcando um golo...

 

No verão passado, Muricy chamou-o para o São Paulo e, desde aí, Michel Bastos tem respondido à altura: participação em 21 golos nos 40 jogos em que atuou (bela média para um lateral de raiz que tem jogado a médio): marcou oito e deu 13 a marcar. 

Um dos oito que apontou foi ao penúltimo minuto do jogo com o San Lorenzo de Almagro, para a Libertadores. Estava 0-0, o São Paulo tinha que ganhar para continuar a sonhar com o segundo posto no grupo. De cabeça, Michel Bastos voou para o golo. 

Será para repetir a 1 de abril, na Argentina?

 

B.I. 

MICHEL BASTOS

Nome: Michel Fernandes Bastos
Posição: Lateral-esquerdo/Médio-esquerdo/Extremo-esquerdo
Idade: 31 anos 
Data de nascimento: 2 de agosto de 1983 

Naturalidade: Pelotas (Rio Grande do Sul)
Altura: 1,79 metros 
Peso: 73 quilos 
Percurso como jogador: Pelotas (2001), Feyenoord, Holanda (2001/02), Excelsior, Holanda (2002/03), Grêmio (2004), Figueirense (2005), At. Paranaense (2006), Lille (2006-09), Lyon (2009-13), Schalke 04, Alemanha (2013), Al Ain, Emirados Árabes Unidos (2013-14), Roma, Itália (2013-14), São Paulo (2014-15)
Títulos conquistados: Taça UEFA 2001/02, pelo Feyenoord; Taça de França 2011/12, pelo Lyon; Supertaça francesa 2011/12 
Marcas individuais: craque do Brasileirão (2012), melhor avançado do Brasileirão (2011), 

«Mundo Brasil» é uma rubrica que conta histórias das experiências de jogadores e treinadores brasileiros que atuam ou já atuaram em campeonatos espalhados pelo globo