[Esta vitória assenta muito naquilo que foi a primeira parte?]

Entrámos bem no jogo, a querer controlar, a querer ter bola, com muita mobilidade e a perceber que espaços tínhamos de atacar para tomarmos decisões na fase de criação com superioridade sobre o Farense. Bem na primeira parte, nesse sentido: a equipa correspondeu ao que queríamos e chegámos ao golo num lance diferente, de lançamento. Acreditámos mais nesse momento e fizemos golo.

Depois da expulsão, controlámos à mesma a primeira parte, mas, depois, torna-se um jogo muito perigoso.

O Farense, já contra outras equipas, reduzidos a dez, tiveram um compromisso e uma alma enormes, fizeram golos em alguns desses jogos.

Sabíamos que o jogo se tornava perigoso porque iam deixar de existir os espaços que queríamos e identificámos antes do jogo. Porque o Farense se tornou uma equipa mais coesa, mais compacta, com bloco mais baixo, levando a tomarmos decisões com menos espaço.

Alertámos para isso ao intervalo, que, mais preocupados do que em chegar rapidamente à baliza adversária, tínhamos de controlar o jogo e evitar perder bolas em jogo interior, para não nos expormos a transições.

A equipa correspondeu bem, nos processos defensivo e ofensivo, e conseguimos controlar o jogo de início ao fim.

O Farense, aqui em casa, torna-se uma equipa muito comprometida, muito intensa, à espera de uma bola parada.

Fomos muito competentes também nesse momento de jogo – o único em que poderiam fazer o golo do empate -, mas nunca baixámos essa competitividade, essa coragem e controlámos o jogo perante uma grande equipa, que está a fazer um belíssimo campeonato e não são estes resultados menos positivos que apagam isso.

[Mudou quatro jogos em relação ao último jogo. O que significa isso para o seu grupo?]

O grupo tem de perceber que todos contam, e têm de estar todos preparados. Estamos para lá do meio da época, têm jogado quase sempre os mesmos jogadores e a malta tem de perceber que há desgaste, foi uma semana mais curta e olhámos estrategicamente para isso.

Todos contam e todos têm de estar preparados para jogar. Temos 28 ou 29 jogadores, e têm de perceber que contam todos e a qualquer momento o mister os põe a jogar. Porque durante a semana, não digo quem vai ser titular nem treina a equipa que joga.

A malta que entro, correspondeu, a malta que saiu tem correspondido, mas também precisamos disto.

Ainda falta muito e, se queremos chegar ao quinto lugar, porque somos sextos, temos de trabalhar imenso e estar todos ligados. O grupo deu essa resposta e a mim, como treinador, isso deixa-me feliz.

Queria só dedicar esta vitória à minha irmã Fábia, que faz anos hoje (36 anos). Sou muito ligado à minha família e dedico-lhe esta vitória com um beijo enorme e um abraço de saudade.