94 vezes internacional pela seleção principal de Portugal, Rui Costa considera que o topo da sua geração foi alcançado no Campeonato da Europa de 2000. Em entrevista ao Record, o atual dirigente do Benfica sublinha a qualidade do futebol praticado nessa competição.

«O patamar mais alto da geração de ouro foi em 2000», considera Rui Costa, lembrando a eliminação de Portugal às mãos da França, nas meias-finais do torneio realizado a meias entre a Holanda e a Bélgica.

O Maestro recorda ainda o desespero sentido na hora em que foi expulso por Marc Batta, num jogo de qualificação importantíssimo para o Mundial98 contra a Alemanha, e elogia o «talento precoce» de Cristiano Ronaldo, com quem se cruzou ainda na Seleção Nacional.

«A Geração de Ouro tem dois pecados: falhar esse Mundial [França 98] e depois estar presente noutro em que não revela consistência [Coreia/Japão 2002]. É uma ironia do destino que, oriundos de equipas que foram campeão do mundo sub-20, tenhamos falhado nos Mundiais e brilhado nos Europeus», diz Rui Costa.

E sobre a expulsão de Batta:

«Apesar de o sentimento de revolta abranger a seleção e o país, eu fui o principal visado. Senti que, por uma injustiça de que fui algo, prejudiquei Portugal inteiro. Por mais claras que sejam as imagens, por mais dissecado que o assunto tenha sido, o facto é que fui eu quem esteve envolvido na confusão que provocou a minha única expulsão como futebolista. E isso ainda me custa mais».

E ainda sobre Marc Batta, o árbitro francês que o expulsou:

«Apanhei-o há um ou dois anos, numa competição europeia pelo Benfica, num jogo em que ele era delegado pela arbitragem, mas não lhe falei. Erros todos cometem, e eu até estaria disponível para aceitá-lo. Mas ele foi a única pessoa que, depois do sucedido, continuou a dizer que tinha razão».