Não foi de forma leviana que Rui Costa decidiu que esta seria a sua última época como jogador. «Porque física e mentalmente estou esgotado», justificou. «Fui dizendo ao longo da época que ser jogador de futebol não são só os 90 minutos que se vêem ao domingo. Disse que nunca enganaria este clube, e quando na época anterior garanti que estava pronto para jogar mais um ano fui correcto», continuou.
Sobre as novas funções a assumir no Benfica, Rui Costa remeteu para mais tarde quaisquer esclarecimentos, especialmente por querer viver ao máximo as últimas horas de camisola 10. Mas continuar em campo com a mesma voz de comando, a partir de agora no banco e com outra braçadeira, nunca foi uma opção. «A única coisa que vos posso dizer é que não vou para o banco! Não tenho o mínimo jeito para treinador. Não tenho espírito para fazer vida de treinador, de estar sempre de malas prontas, de andar para aqui e para ali. Descobri isso quando estava no estrangeiro. Terminando a minha carreira, queria ficar no meu país, junto da minha família.»
Rui Costa garantiu, também, que não se precipitou ao decidir que esta era a última época enquanto jogador e que não havia pessoa no mundo que lhe retirasse a convicção de jogar se assim não o desejasse. «Há quem pense que deixe de jogar este ano para aproveitar uma oportunidade¿ Não há um cargo no mundo que me dê mais satisfação que jogar. Não havia presidente, secretário de Estado, etc, que me tirasse a vontade de jogar...»
É certo que sentirá saudades dos relvados, mas assegurou que as novas funções não lhe vão dar tempo de pensar nisso: «Depressão? O Benfica não me vai dar tempo para ter depressões por não jogar.»