A federação ucraniana de futebol decidiu apagar da história e retirar a licença de treinador a Anatoliy Tymoshchuk, o jogador com mais internacionalizações pela seleção. Em causa está o silêncio do adjunto do Zenit sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, como um ex-colega já tinha apontado.

Em comunicado, o Comité de Ética e Fair Play da federação esclarece que a decisão se baseia no silêncio do antigo internacional.

Nascido a 30 de março de 1979, Tymoschuk «é recordista da seleção da Ucrânia no número de partidas realizadas» pela seleção. «Foi campeão na Ucrânia, Alemanha, Rússia, vencedor da Liga dos Campeões da UEFA, vencedor da Supertaça Europeia e durante 2009-2013 e 2015-2017 jogou pelo clube russo do FC Zenit (São Petersburgo)», no qual é treinador, recorda o comité.

«Desde o início da agressão militar da Rússia contra a Ucrânia, Tymoschuk, ex-capitão da seleção ucraniana, não apenas não fez declarações públicas a esse respeito, mas também não interrompeu a sua cooperação com o clube do país agressor. Numa altura em que outro antigo clube do ucraniano, o Bayern Munique publica declarações e realiza ações de apoio à Ucrânia, Tymoschuk continua calado e a trabalhar para o clube do agressor. Ao fazer esta escolha consciente, Tymoschuk prejudica a imagem do futebol ucraniano e viola a cláusula 1.4. Parte 1 do art. 4º do Código de Ética e Fair Play da UAF.»

Perante a ausência de ação do antigo jogador, a federação decidiu então «privar Tymoschuk da licença de treinador do nível Pro emitida pelo Centro de Licenciamento da UAF; instruir a administração da UAF a solicitar às autoridades públicas que retirem a Tymoschuk todos os prémios atribuídos pelo estado e títulos honoríficos; privar Tymoschuk de todos os títulos de vencedor e vencedor do prémio de prata do campeonato da Ucrânia, da Taça da Ucrânia, e da Supertaça da Ucrânia; excluir Tymoschuk do registo oficial de jogadores das equipes nacionais da UAF».