António Gaspar foi das pessoas que mais tempo passou junto de Sá Pinto nos nove meses que levou a recuperação da última cirurgia a que foi sujeito. O jogador do Sporting preferiu procurar auxílio por ele próprio e iniciar a recuperação fora do clube. O resultado está à vista.
«Quando nos deparamos com situações complicadas destas, não podemos garantir até que ponto o atleta vai», começou por dizer António Gaspar ao Maisfutebol. «Temos esperança, somos optimistas, acreditamos no trabalho. No caso do Sá Pinto, foi exemplar em termos de recuperação, que foi fabulosa», comentou. «Ele estava com uma capacidade de trabalho e uma força enorme de vencer porque ele tinha a noção de que, se não fosse agora, nunca mais faria aquilo que mais gosta, que era jogar futebol», lembrou.
Situação anormal de recuperação
António Gaspar não tem dúvidas de que a vontade de Sá Pinto contribuiu definitivamente para uma recuperação total. «Entregou-se de tal forma que o resultado é este», disse o fisioterapeuta. «Não é uma situação normal voltar com esta intensidade e que resulta numa grande qualidade em termos futebolísticos. Tudo isso deve-se muito à concentração e à entrega ao trabalho que ele fez durante este último processo. Não digo que não tenha feito o mesmo nas outras vezes. Desta vez, se calhar, tivemos sorte.»
A sorte de que António Gaspar fala não é a sorte a que todos estamos habituados a partilhar. «Tínhamos a noção de que desta é que teria de ser. Se não ficasse bem não sabíamos qual o futuro dele», recordou. «Ninguém pode garantir à partida que tudo vai correr bem. A sorte é uma forma de expressão porque tudo foi muito bem pensado. Não se deu nenhum passo sem se pensar bem antes. Tivemos a sorte de tudo correr muito bem. Às vezes fazemos as coisas bem e não correm da mesma maneira.»